No sábado (24), em vídeo ao lado do seu vice, João Carlos Ribeiro (à direita) diz que mantém candidatura. No domingo (25), ele volta atrás e renuncia| Foto: Reprodução/Facebook
Ouça este conteúdo

Alvo de uma operação da Polícia Federal no último dia 21, o empresário João Carlos Ribeiro (PSC) voltou atrás e desistiu da sua candidatura a prefeito de Pontal do Paraná. O anúncio foi feito em nota encaminhada à imprensa neste domingo (25), apenas um dia depois de gravar um vídeo no qual aparecia falando a eleitores que "nunca" desistiria e que as informações que circulavam sobre uma possível desistência eram "falsas". “Sinto-me absolutamente consternado de informar a toda população de Pontal do Paraná que estou, agora, deixando de concorrer às eleições para a prefeitura de Pontal do Paraná. As razões de minha desistência são de caráter absolutamente pessoal, com forte abalo emocional”, inicia a nota.

CARREGANDO :)

“João”, nome que adotou para a urna, está à frente de um polêmico projeto de um novo porto no litoral paranaense, em Pontal do Paraná, desde 2006. Mas a operação da PF deflagrada no último dia 21 acabou revelando que a obtenção de uma das licenças para viabilizar a construção do porto, do Ibama, está sendo investigada no âmbito de um inquérito que tramita sob sigilo no Supremo Tribunal Federal (STF), e também envolve o senador Fernando Collor de Mello (Pros-AL). Naquele dia, a PF cumpriu 12 mandados de busca e apreensão e informou que houve o bloqueio de valores financeiros de investigados. A operação foi batizada de “O Quinto Ato” e é tratada pela PF como um desdobramento da Operação Politéia, de 2015.

“Quero manifestar meus respeitos a todos os amigos e colaboradores de minha campanha, como também à população de Pontal do Paraná que muito admiro e considero. Afasto-me momentaneamente com minha família para me recompor. Continuarei com meus firmes propósitos de lutar pela melhoria de toda nossa comunidade, visando seu crescimento e prosperidade. Agradeço as manifestações de apoio e carinho que recebi da população”, continua o texto divulgado neste domingo (25).

Publicidade

Na nota, João também informa que “as providências em relação ao Tribunal Eleitoral já foram tomadas”. A assessoria de imprensa do empresário disse que ainda não há uma definição sobre se a coligação irá apresentar um candidato substituto ou não. O empresário do PSC encabeçava a coligação “A Pontal que nós queremos”, sustentada pelo PV, PSC, Republicanos, PP, PSB, Pros e PODE.

Com 79 anos de idade, João já tinha ganhado holofotes recentemente, antes da operação da PF, em função do tamanho do seu patrimônio. Ao TSE, ele declarou ter mais de R$ 1,5 bilhão (R$ 1.553.325.556,22) em bens.