A expectativa é que 25% do tráfego de veículos do atual Contorno Sul, uma das vias mais movimentadas da Região Metropolitana de Curitiba, seja absorvido pelo novo contorno, quando estiver concluído.| Foto: Arquivo / Amep
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Uma das promessas de campanha de Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) para o segundo mandato como governador do Paraná, o novo Contorno Sul de Curitiba deve levar bem mais tempo do que o esperado para sair do papel. Isso porque uma falha na comunicação entre a Agência de Assuntos Metropolitanos do Paraná (Amep), responsável pela obra, e a Prefeitura de Araucária deve fazer com que os estudos iniciais, inicialmente programados para serem entregues em maio de 2021, levem ainda mais tempo para serem finalizados.

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O projeto do chamado Novo Contorno Sul aparece com destaque no programa de governo de Ratinho Junior. Na prática, a nova via fará uma ligação direta de 9,5 km entre a PR-423, em Araucária, e a BR-116, no limite entre Curitiba e Fazenda Rio Grande. A expectativa é que a nova estrutura viária consiga desviar cerca de 25% do tráfego do atual Contorno Sul, uma das principais rodovias da região. Não à toa, o projeto é tratado pelo governo do Paraná como uma das principais obras previstas para a Região Metropolitana de Curitiba. Mas uma avenida foi aberta pela Prefeitura de Araucária cruzando o trajeto do futuro contorno.

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Em verde, o percurso do Novo Contorno Sul de Curitiba.| Foto: Reprodução / AMEP

Projeto terá que ser atualizado

A Gazeta do Povo apurou junto à Amep que a presença dessa nova avenida de Araucária não foi prevista no projeto inicial do contorno, cuja licitação foi iniciada em agosto de 2020, quando o órgão ainda se chamava Comec. A proposta vencedora foi apresentada pela Gtech Engenharia e Planejamento Ltda., no valor de R$ 825.873,30.

Dois aditivos ao contrato foram apresentados pela empresa. O primeiro aumentou os custos da elaboração dos estudos iniciais para R$ 997.818,40 e estendeu o prazo final de entrega para 26 de junho de 2022. O segundo manteve o valor, mas prorrogou a data de entrega do projeto para 22 de março de 2023.

Agora, como apurou a reportagem, um terceiro aditivo deve ser apresentado aumentando, mais uma vez, o prazo e também o valor da elaboração dos estudos. Como não há como contornar a nova avenida de Araucária, será necessário incluir uma passagem em nível no local, provavelmente um viaduto. Só que essa alteração deve fazer com que os custos do projeto ultrapassem a casa do milhão de reais.

Diferença de valor do projeto será paga pela Prefeitura de Araucária

Essa diferença no valor, segundo proposta acordada entre a Amep e a Prefeitura de Araucária, será paga pelos cofres públicos do município. Para tanto, um convênio entre as partes terá que ser firmado nas próximas semanas. Não há mais informações sobre quanto seria essa diferença nem qual será o novo prazo pedido no novo aditivo. A reportagem tentou contato com a Prefeitura de Araucária na quinta-feia (12) e foi informada de que na segunda-feira (16) deveria haver uma manifestação formal por parte da administração municipal. O espaço está aberto para a resposta.

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Licenças e financiamento para o novo Contorno Sul

Além desta etapa, é preciso obter as licenças da obra junto ao Instituto Água e Terra (IAT). O instituto solicitou um estudo geológico sobre o trecho por onde passará o novo contorno. A estimativa da Amep é que esta etapa seja concluída em cerca de dois meses, para que então o IAT forneça as devidas licenças para o trabalho.

Uma vez recebido o projeto de execução e garantidas as licenças, o governo do estado terá outro desafio pela frente: alocar os recursos necessários para a construção propriamente dita. A estimativa inicial é que a obra passe dos R$ 500 milhões. A reportagem da Gazeta do Povo apurou que o Governo do Paraná não conta com recursos próprios para a construção do novo contorno. O dinheiro deve vir de um financiamento externo firmado com o Banco do Brasil, cujas tratativas ainda não foram concluídas pelo Estado.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]