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Copel
Copel pode perder seu segundo maior acionista.| Foto: Marcelo Elias/Arquivo/Gazeta do Povo

A Copel pode estar prestes a passar por grande mudança em seu quadro acionário. De acordo com informações do jornal O Estado de S. Paulo, o braço de investimentos do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDESPar) estuda se desfazer da participação na estatal paranaense, como parte de um projeto de desinvestimento bilionário.

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É um volume representativo. O BNDESPar é dono de 24% das ações da Copel, somando um valor estimado em R$ 2,23 bilhões. A companhia de energia elétrica paranaense tem valor de mercado na casa dos R$ 10 bilhões. Hoje, o governo do Paraná continua sendo seu maior acionista, com 31% da participação acionária. Outros 44% estão na Bolsa, e a Eletrobras tem pouco menos de 1% das ações.

Enquanto a Copel afirma não ter sido comunicada sobre o interesse da venda, o BNDES sustenta que não comenta suas movimentações acionárias. O fato é que o banco passa por um plano de desinvestimento. Recentemente, comunicou que pretende se desfazer dos papéis da Petrobras e da JBS. Especula-se que também esteja se desfazendo das participações na Vale (R$ 16,531 bilhões) e na Cemig (R$ 1,267 bilhão).

Os papeis da Copel podem estar entre os mais atrativos para o mercado. No primeiro semestre de 2019, a companhia viu seu lucro líquido chegar a R$ 852,9 milhões, uma alta de 19,9% em relação ao mesmo período de 2018. O crescimento foi impulsionado principalmente pelos resultados da Copel Distribuição, que, na comparação anual, cresceu 88,7% no segundo trimestre (abril, maio e junho), e 165,8% no consolidado do primeiro semestre, respondendo por 38% do lucro da holding.

Além disso, a estatal paranaense parece firme em seu plano de vender sua subsidiária de comunicação, Copel Telecom, que teve crescimento de 2,3% em receita no primeiro semestre de 2019 em relação ao mesmo período do ano anterior. Mas, apesar disso, houve queda de 81% no lucro líquido no mesmo intervalo – de R$ 22,6 milhões para R$ 4,3 milhões.

"É uma orientação mais filosófica [a venda das ações da Copel], de que um banco como o BNDES não deveria ter uma gestora que investe em ações listadas em Bolsa; de liberar esse dinheiro e jogar em uma linha de financiamento de micro e pequena empresa ou para financiamento do saneamento básico. Acho que tem uma questão maior por trás disso", defende João Paulo Reis, consultor da Venture Investimentos. "Apesar de ser um investimento rentável do ponto de vista financeiro, acho que pela estrutura e objeto social do banco isso não faria sentido."

Reis não comenta a venda isolada das ações da Copel, mas diz acreditar que o pacote de desinvestimento do BNDES deve atrair principalmente investimento estrangeiro - corte de juros nos Estados Unidos e desaceleração em outros países explicam esse movimento. No mercado interno, avanço da Reforma da Previdência e incentivos à economia podem levar brasileiros aos investimento em ações.

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