Praias do Paraná estão com movimento menor nesta temporada.| Foto: Albari Rosa/Arquivo/Gazeta do Povo
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Todos os anos, comerciantes e empresários do Litoral do Paraná aguardam com ansiedade a chegada do verão. Com a temporada de calor e férias, uma grande quantidade de turistas se desloca para as praias, movimenta a economia e garante reforço no caixa para os meses subsequentes. Mas a temporada 2020/21 está sendo diferente. A pandemia do coronavírus reduziu o fluxo de visitantes e, consequentemente, impactou o faturamento daqueles que dependem do turismo para se manter.

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Somente nas festas de fim de ano, os municípios litorâneos receberam 700 mil pessoas a menos em relação a 2019, segundo estimativa da Polícia Militar do Paraná (PMPR). A percepção até o momento varia de acordo com a cidade, mas é consenso que será difícil recuperar as perdas causadas pela pandemia na temporada atual.

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O presidente da Associação Comercial e Empresarial de Matinhos (Acima), Adriano Menine, diz que o movimento nas últimas semanas acabou surpreendendo positivamente. “Esperávamos uma redução de 20%, 30% nas vendas em relação ao ano anterior, mas esse índice acabou ficando na casa de 10%”, afirma. De acordo com ele, apesar de a queda estar abaixo do esperado, os consumidores que chegam ao Litoral estão gastando menos em relação a outros anos.

Em Matinhos, o percentual de imóveis locados para a temporada, que chegava a 100% nas festas de fim de ano, até agora não ultrapassou 70%, segundo Menine. “Apesar do cenário positivo, ainda está muito aquém daquilo que precisamos. Alguns segmentos tiveram faturamento zero com a pandemia e sobrevivem da temporada, caso dos eventos e músicos, por exemplo. São setores com bastante dificuldade e que não estão conseguindo trabalhar de forma geral.”

Para os comerciantes de Pontal do Paraná, o cenário é mais desolador. O presidente da Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Pontal do Paraná (Aciapar), Ercio Luiz Weschenfelder, calcula que as perdas em relação ao ano anterior podem chegar a 40%. “Nosso comércio sofreu muito com essa pandemia. Pontal já tem uma economia temporária, que diminui bastante no inverno. Sempre existe a expectativa de recuperar o faturamento no verão, mas nesse ano atípico não temos como afirmar nada sobre como será”, ressalta.

Diretora de Projetos e Eventos da Associação Comercial e Empresarial de Guaratuba (Acig), Ana Cecília da Mota Dias confirma a queda no movimento, mas diz que ainda não tem números dos efeitos da pandemia sobre o fim de ano. De acordo com ela, as vendas antes do Natal foram boas, mas a tendência é que as próximas semanas não sejam das melhores. “A minha percepção individual, como comerciante, é que em janeiro vamos sentir mais os efeitos da pandemia, com as pessoas menos capitalizadas. Não sabemos ainda como vai ser o carnaval, mas a tendência é de um comportamento similar ao do final do ano”, acredita.

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