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Máscaras semelhantes a estas são produzidas por voluntários em Curitiba (imagem ilustrativa).
Máscaras semelhantes a estas são produzidas por voluntários em Curitiba (imagem ilustrativa).| Foto: Ari Dias/AEN

Identificando a falta de equipamentos básicos de proteção, essenciais para os profissionais de saúde, voluntários estão se mobilizando para utilizar a tecnologia da impressora 3D a favor do trabalho daqueles que estão na linha de frente do combate ao coronavírus. Dois grupos de Curitiba estão produzindo máscaras-escudos para serem distribuídas gratuitamente a quem trabalha no enfrentamento à Covid-19. A parte do arco é feita com filamento de impressão 3D, enquanto a viseira é produzida com acetato. Cada peça acompanha um elástico para o encaixe na cabeça.

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Mais de seis mil protetores faciais já foram entregues e a produção segue a todo vapor. Arrecadação de dinheiro tem sido essencial para cobrir custos dos projetos.

Corrente do bem

Um grupo de alunos e professores do curso de engenharia mecânica da Universidade Federal do Paraná (UFPR), conseguiu levantar em apenas três dias quase R$ 15 mil reais em doações para a fabricação de máscaras do tipo protetores faciais para profissionais de saúde. Integrantes do projeto Engenhar, eles já fizeram cerca de 400 máscaras utilizando a tecnologia da impressora 3D, além de outros modelos desenvolvidos exclusivamente com acetato. Uma vaquinha on-line foi lançada inicialmente para arrecadar R$ 5 mil. As doações superaram a expectativa em 72 horas e, assim, os voluntários poderão atender a mais demandas. A arrecadação foi encerrada.

O projeto Engenhar, que existe desde o início de 2019, estuda formas de aplicar a engenharia à saúde com o auxílio das impressoras 3D. Anteriormente, o grupo já produzia, em parcerias com hospitais, materiais médicos como órteses e protótipos utilizados como estudo para cirurgias. Agora, alunos e professores estão se dedicando às máscaras-escudo, como explica Sérgio Fernando Lajarin, coordenador do curso de engenharia mecânica da UFPR. “É um prazer em um momento tão crítico poder levar a ciência para fora dos muros da universidade. Estamos aplicando nosso conhecimento de uma maneira muito funcional”, comentou.

O Engenhar não recebe recursos da universidade para a produção dos protótipos e o dinheiro levantado será utilizado para cobrir custos de produção, que inclui materiais de matéria-prima como filamentos, chapas de plástico, acetato, embalagens e manutenção impressoras.

A produção, feita pelos 15 participantes, é entregue a hospitais, unidades de saúde e consultórios odontológicos. O Hospital de Clínicas (HC), da UFPR, também passará a receber os protetores faciais na próxima semana. “Nesta sexta-feira (3), já encomendamos material para mais mil viseiras. O nosso objetivo é produzir o quanto for necessário para atender à demanda”, finalizou Lajarin.

Máscara-escudo feita pela Engenhar, da UFPR. Foto: Divulgação/Engenhar.
Máscara-escudo feita pela Engenhar, da UFPR. Foto: Divulgação/Engenhar.

Produção a todo vapor

Antes do Engenhar iniciar o processo de produção de máscaras por conta própria, os participantes participavam de outro grupo, ainda maior, também composto por voluntários que abraçam a mesma causa: o Atitude 3D.

Entre pessoas que produzem, montam e auxiliam na logística, já são mais de 100 voluntários envolvidos desde o dia 18 de março na ação do Atitude 3D. Os participantes se revezam 24 horas por dia para garantir a produção dos materiais. Já montaram e entregaram quase 5.500 máscaras.

Participantes desde o início do grupo, os sócios Daniel Delfino e Everton Ramires de Oliveira, são donos de um espaço dedicado a startups de tecnologia e decidiram que poderiam fazer algo para ajudar no enfrentamento à Covid-19. Eles cedem o espaço da empresa, a Transistor, para a produção das máscaras-escudos em impressoras 3D.

São 11 impressoras trabalhando sem pausa, além de 50 makers envolvidos na impressão 3D, 20 voluntários montando os kits e outras pessoas na logística. “O trabalho que fazemos é de conotação emergencial, em função da alta demanda de Equipamentos de Proteção Individuais (EPIs) na área da saúde. Temos um grupo comprometido trabalhando sem descanso para suprir essa necessidade”, explicou Delfino.

Após os pedidos serem recebidos, executados e embalados, a distribuição das máscaras é feita pela defesa civil em carros do governo do estado, que distribui para todo Paraná e até interior de Santa Catarina. O processo de fabricação atende aos critérios de segurança e saúde exigidos pelos hospitais. As máscaras não são descartáveis e podem ser utilizadas várias vezes desde que corretamente higienizadas. Após um tempo de uso, devido ao desgaste, é necessário apenas fazer a troca do acetato, a placa transparente da parte frontal.

Os custos da produção do grupo são cobertos com doação de dinheiro e materiais. O Atitude 3D já levantou quase R$ 20 mil com a arrecadação virtual e busca alcançar a marca de R$ 50 mil para continuar atendendo à demanda. Para saber mais do projeto, visite o site.

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