O Paraná experimenta um longo período, que se estende desde 2018, com chuvas abaixo da média histórica. Um dos fenômenos que ajuda a explicar a estiagem prolongada é o El Niño Leste. Rios e reservatórios em níveis muito baixos resultam em dificuldades no abastecimento de água para a população e perdas já registradas no setor agropecuário. E o problema é que não há perspectiva de a situação se normalizar ainda em 2020.
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Outono e inverno são períodos de pouca quantidade de chuva no Paraná e não deve haver recuperação da capacidade hídrica pelos próximos meses. E a expectativa de precipitações mais volumosas na primavera e no verão corre o risco de não se confirmar. Ainda não é possível cravar, mas alguns institutos internacionais consideram possível que, no segundo semestre de 2020, aconteça um La Niña, com o resfriamento no oceano Pacífico, que tem como uma das características a redução nas chuvas na região Sul. A seca de 2006 no Paraná, por exemplo, é associada a esse fenômeno.
“A tendência não é nada otimista até o fim do inverno”, destaca a pesquisadora Alice Grimm, embora evite o tom alarmista. “Ainda é cedo, mas a probabilidade é grande”, complementa. Nesse cenário, a seca continuaria. O Simepar, no relatório de previsão para os próximos meses, já apontou a chance de La Niña, com perspectiva de redução na quantidade de chuvas.
Para o meteorologista Marcelo Seluchi, coordenador-geral de Operações e Modelagens do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), há uma “certa expectativa de uma La Niña para o segundo semestre, mas o cenário mais provável é de neutralidade”. Caso o fenômeno seja fraco, pode até ter chuvas acima da média. Sendo assim, não é certeza que será uma tragédia, mas a chance é de não conseguir reverter, a curto prazo, uma situação de seca tão prolongada. “Um mês de chuva acima da média não vai resolver”, diz.
Consultado pela Gazeta do Povo, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) informou que as previsões mais recentes não indicam o desenvolvimento de uma La Niña, com a probabilidade de ocorrência de 32% e de 44% de neutralidade, ainda com chances de 24% de um El Niño.
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