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Londrina
Vista da região de Londrina. Foto: Michel Willian/Gazeta do Povo| Foto:

Com praticamente um ano para as eleições municipais de 2020, o cenário eleitoral de Londrina começa a se desenhar. Ainda de forma tímida, alguns nomes despontam como prováveis candidatos no ano que vem. Neste cenário, três nomes se destacam: o prefeito Marcelo Belinati (PP) e os deputados federais Boca Aberta (Pros) e Filipe Barros (PSL). Outros devem correr por fora. Veja quem são os prováveis candidatos:

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Marcelo Belinati (PP)

O atual prefeito é médico e foi eleito com 51,57% dos votos. Deixou o cargo de deputado federal para disputar a eleição em 2016. Belinati não fala sobre sua possível busca pela reeleição e tem repetido o discurso de que, neste momento, seu foco é a administração do município.

No primeiro ano de mandato, o prefeito teve um grande desgaste com a recomposição da planta do IPTU. No entanto, o dinheiro que entrou no caixa proveniente do reajuste vem sendo utilizando em obras de infraestrutura na cidade - o que coloca o prefeito como um candidato competitivo.

“Houve o desgaste do IPTU, mas resta saber o quanto isso terá peso na escolha do eleitorado. É uma disputa entre a memória do desgaste da recomposição da planta do IPTU versus a gestão dele”, avalia o analista político Elve Miguel Cenci, professor de Ética e Filosofia Política da UEL (Universidade Estadual de Londrina).

Se, por um lado, ter a administração nas mãos pode ser encarado como um algo positivo, por outro, segundo o professor de Ética e Filosofia Política da UEL Clodomiro José Bannwart Júnior, pode ser algo ruim, pois sua administração será a sombra – para o bem e para o mal – de sua candidatura.  “A vitória ou derrota de Belinati dependerá de como a população reagirá à sua administração. Ele será avaliado pelo que fez ou deixou de fazer”, diz Bannwart Júnior.

Boca Aberta (Pros)

O deputado federal Emerson Miguel Petriv (Boca Aberta) abocanhou 22,44% dos votos em Londrina na eleição passada. A sua candidatura vai depender de questões legais, pois ele responde a processos em primeira instância. Os analistas políticos afirmam que, como Boca Aberta está muito próximo do eleitorado, chega como um forte candidato.

“É um candidato que tende a recolar no debate político local um discurso customizado para a camada popular, retomando apelos populistas que Londrina já viveu no passado. É um discurso que atrai a atenção de um segmento da população, mas aversão de outras camadas. Ainda assim, ele irá disputar votos no mesmo campo político que Marcelo Belinati”, afirma o professor Bannwart Júnior.

O deputado federal afirma que deve sair em candidatura solo. “Já tenho a melhor coligação. Com Deus e o povo”, declarou Boca Aberta. Ele aposta na aproximação com a população. Mantém um escritório na principal avenida da zona Norte da cidade, base do seu eleitorado, para atender os moradores. Ele gosta de enfatizar que não está aliado a nenhum grupo econômico ou partidário e promete mostrar que é possível vencer a eleição baseado no tripé: “honestidade, caráter e vergonha na cara”.

Filipe Barros (PSL)

Deixou o mandato de vereador na última legislatura ao se eleger deputado federal pelo PSL com uma votação expressiva. Só em Londrina recebeu 14,98% dos votos com uma pauta conservadora. “A eleição municipal fica distante desta pauta de valores e é mais centrada em questões administrativas e nos problemas da cidade”, analisa o professor Cenci.

Segundo ele, a pauta de valores também pode desequilibrar a candidatura de Filipe a partir do momento em que outros candidatos com o mesmo aspectos ideológicos começarem a aparecer. “O fortalecimento de sua candidatura e possível vitória dependerá de que três fatores conjugados na eleição 2018 se repitam em 2020: o peso do discurso religioso dentro do debate político; o acolhimento da crítica antipetista e segmentos da esquerda; e o sucesso do atual governo, já que Londrina deu 82% dos votos do segundo turno ao presidente Bolsonaro”, afirma Bannwart Júnior. Filipe poderá ocupar o espaço do eleitorado de Alexandre Kireeff, caso o grupo do ex-prefeito não viabilize candidato próprio.

O deputado afirma que hoje está focado em seu mandato na Câmara dos Deputados, mas que o PSL terá um candidato próprio. Segundo ele, o partido está analisando alguns nomes, mas, caso não encontre alguém com o perfil pretendido e, se for desejo do presidente Bolsonaro, colocará seu nome à disposição.

Filipe afirmou que o partido procura uma pessoa que entenda de gestão e tenha experiência em administração pública. Ele disse ainda que o partido está conversando com a Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina), a SRP (Sociedade Rural do Paraná), com as entidades de classe e partidos para formar um projeto para a cidade. “Também estamos com conversas avançadas com o Podemos, Cidadania, PSB e outros partidos que comungam dessa nova preocupação e valores”, diz o deputado.

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Tiago Amaral (PSB)

Nos bastidores, o deputado estadual Tiago Amaral (PSB) é apontado como um nome que teria força para neutralizar a campanha de Filipe Barros e, segundo analistas políticos, é uma peça importante em uma possível candidatura à reeleição do governador Ratinho Junior. “Seria um candidato potencialmente forte, apesar de o PSB ser mais de centro, neutralizaria o Felipe [Barros] e rivalizaria com Boca Aberta e Marcelo [Belinati]", analisa o professor Cenci.

A seu favor conta o fato de ser uma liderança jovem com participação ativa nos debates que ajudam a pensar o futuro da cidade e da região. Foi reeleito deputado estadual em 2018. Por outro lado, segundo o professor José Bannwart Júnior, ele ainda é pouco conhecido em Londrina e muitos eleitores o identificam como político da vizinha Cambé.

Amaral nega que seja pré-candidato do partido à prefeitura em 2020. Ele lembra que tempos atrás foi montado um grupo de trabalho com a participação da sociedade civil para desenvolver um projeto para Londrina, traçando metas e uma reformulação completa da administração da cidade, e que o nome para concorrer à eleição no ano que vem vai passar pelas mãos desse grupo.

Segundo ele, ainda não é hora para definições de eleição nem para projetos individuais. Mas ressalta que vem se preparando para contribuir da melhor forma possível para o desenvolvimento da cidade.

Odarlone Orente (PT)

O pré-candidato do Partido dos Trabalhadores é o médico Odarlone Orente, atual presidente do partido na cidade. O médico foi candidato a prefeito na última eleição e teve 1,76% dos votos. Segundo o partido, há a proposta de unir forças progressistas para as próximas eleições.

Partido Novo está em processo seletivo

O Partido Novo está com processo seletivo aberto para a escolha do candidato. Até o momento estão sendo analisados quatro nomes, mas o Novo prefere não nominar ainda. A definição deve ocorrer até 25 de dezembro.

Outros nomes

Também se especula nomes como de André Trindade (PPS), que foi candidato a prefeito em 2016 e terceiro mais votado, com 17.452 votos (6,60%). Os analistas afirmam que pode pesar contra ele a pouca experiência política. Ele é um dos opositores ao aumento do IPTU na cidade.

O vereador Felipe Prochet (PSD) é apontado como um eventual candidato da classe empresarial.  O vereador, que é um jovem empresário, está na sua primeira legislatura.

Outros nomes que são ventilados são do deputado federal Diego Garcia (Podemos), que transferiu recentemente o seu domicílio para Londrina. Ainda é pouco conhecido do eleitorado e tem um discurso focado nos grupos religiosos ligados a RCC (Renovação Carismática Católica).

Outro possível nome é o de Luiz Carlos Hauly (PSDB), ex-deputado federal por sucessivas legislaturas. Concorreu ao Senado em 2018, mas saiu derrotado. Além do também ex-deputado federal Alex Canziani (PTB), que também perdeu as eleições em 2018 para o Senado.

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