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Em uma cidade da Bélgica, escolas adotam medidas para garantir distanciamento entre alunos
Em uma cidade da Bélgica, escolas adotam medidas para garantir distanciamento entre alunos| Foto: AFP

O Sindicato das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe/PR) propôs ao governo do estado, e também a 17 municípios onde tem estabelecimentos associados, um calendário gradual de retomada de atividades. A ideia é iniciar com a educação infantil em 22 de junho, para atender aos pais que trabalham fora de casa e não têm com quem deixar as crianças pequenas. Em seguida seriam reabertas as salas para as demais etapas, com a opção de manter o ensino a distância para as famílias que assim o preferirem. Uma pesquisa lançada pela entidade vai tentar estimar qual será a demanda dos próximos meses.

Segundo a presidente do Sinepe/PR, Esther Cristina Pereira, o primeiro objetivo é salvaguardar a vida das crianças que estão sem local adequado para ficar, já que muitos trabalhadores voltaram a exercer suas atividades de forma presencial. “Temos muitos casos de pais que não têm com quem deixar, não têm parentes, e os filhos acabam ficando com as chamadas crecheiras, mulheres que cuidam de seis, sete crianças de uma vez. Às vezes ficam juntos em espaços de festas. Se estão ficando em espaços coletivos, nada melhor do que ficar na escola, com pessoal treinado que respeite o protocolo de prevenção à Covid-19”, afirmou.

Entre os protocolos definidos pelo Sinepe/PR estão a higienização das dependências da escola, distanciamento social, aferição de temperatura, troca de calçados no momento do ingresso na escola e uso de álcool gel e máscaras.

As cidades que, inicialmente, protocolaram o pedido foram: Candói, Carambeí, Cascavel, Curitiba, Foz do Iguaçu, Guarapuava, Guaratuba, Marechal Cândido Rondon, Pato Branco, Palmeira, Palotina, Pinhais, Pinhão, Piraquara, Ponta Grossa, Toledo e São José dos Pinhais.

A retomada gradual segue um modelo já adotado com sucesso em outros países, diz Esther. “Precisamos ir organizando a vida com relação a essa pandemia. Fizemos a proposta a partir de levantamento da situação das escolas no exterior. Conversamos com representantes da Finlândia, de Cingapura, Reino Unido, Israel. Em breve faremos lives com eles, para esclarecer dúvidas aos interessados. Fomos reunindo algumas práticas e escrevemos no protocolo, que precisa agora da chancela dos técnicos da saúde”, relatou. Para o Sinepe/PR, o documento apresentado vai auxiliar os governos na tomada de decisões, porque detalha o cotidiano escolar e as possibilidades de agir na prevenção da Covid-19.

Pesquisa

O Sinepe/PR lançou uma pesquisa aberta a alunos da rede particular e também da rede pública, para saber quais as expectativas das famílias quanto à pandemia e o retorno presencial das aulas. “Hoje temos a situação dos pais apavorados, dos que estão tranquilos e daqueles que até duvidam da doença. A pesquisa foi desenvolvida pela federação das escolas e vai traçar um panorama nacional da situação hoje. Mas é nosso dever atender a quem precisa”, argumentou Esther. Segundo ela, já é sabido que muitos pais preferem que as crianças continuem em casa, e para estes será ofertado o ensino remoto, tal como vem sendo feito ao longo dos últimos dois meses.

Muitas escolas já vem se preparando para uma reabertura gradual, com modificações na disposição de móveis, artefatos de higienização e equipamentos de proteção individual e de saúde.

A Associação das Escolas Particulares de Educação Infantil (Assepei), que é filiada ao Sinepe/PR, defende o retorno gradual antes de agosto, argumentando que até lá muitos pais vão tirar os filhos das escolas para conseguir pagar cuidadores e isso afetará a saúde financeira das escolas. Em entrevista à Gazeta do Povo publicada em 15 de maio, o presidente da Assepei, Newton Andrade da Silva Junior, destacou que uma quebradeira dessas instituições afetaria a rede municipal, que ficaria sobrecarregada. Segundo o Censo Escolar de 2019, na etapa de educação infantil havia 66,9 mil crianças matriculadas, das quais metade (33 mil) na rede particular.

Levantamento da Unesco mostra que a pandemia provocada pelo coronavírus atingiu crianças do mundo todo: cerca de 70% estão sem aulas, pelos dados de 28 de maio. A maioria dos países que retomaram as aulas o fizeram de forma parcial até agora, após cerca de dois meses de isolamento. Na Europa, retomaram de forma total os sistemas da França, Áustria e Bielorrúsia, e o da Suécia continuou operando sem interrupções.

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