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Gaeco
Agente do Gaeco do MP estadual do Paraná (imagem ilustrativa).| Foto: Divulgação/ MPPR

A Justiça Militar Estadual do Paraná recebeu denúncia do Ministério Público e tornou réus quatro policiais militares acusados de associação para o tráfico, violação de domicílio, roubo qualificado, tráfico de drogas, peculato e agiotagem. A denúncia foi oferecida no âmbito da Operação Rebote, iniciada em janeiro deste ano na região de Londrina, no Norte do Paraná.

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No recebimento da denúncia, o juiz Leonardo Bechara Stancioli, da Vara da Justiça Militar Estadual do Paraná, aponta que encontrou na denúncia a “existência de indícios de materialidade e de autoria delitiva suficientes para a instauração de ação penal”. Segundo o magistrado, os quatro policiais militares “supostamente associaram-se entre si, de forma estável e permanente, para o fim de praticarem o crime de tráfico de drogas ilícitas”.

Em julho de 2023 a Justiça já havia expedido mandados de busca e apreensão e de prisão contra os quatro policiais. Só um deles segue detido até agora. À RPC, o advogado de defesa de três deles disse que só vai se manifestar depois de ter acesso aos autos. O advogado do único PM que segue preso não respondeu aos pedidos de contato.

O que diz a denúncia contra os quatro policiais militares

Segundo as investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), juntamente com a Corregedoria-Geral da Polícia Militar do Paraná, um dos policiais investigados mantinha associação com um determinado traficante em um ponto de venda de drogas. Ele, de acordo com os investigadores, repassava informações de pontos de tráfico rivais aos outros investigados, que realizavam operações de busca e apreensão nestes locais.

A droga apreendida nas operações, afirma a denúncia do MP, não era recolhida e apresentada à Polícia Civil, como deveria ocorrer em uma situação normal. Ao contrário, os entorpecentes eram repassados ao primeiro policial para que fossem então vendidas no ponto de tráfico ao qual ele estaria supostamente associado.

Denúncia detalha outros crimes que teriam sido cometidos pelos policiais militares investigados

Além disso, os investigadores identificaram que os acusados teriam invadido uma casa onde morava outro suspeito de tráfico de drogas e saído de lá com R$ 4 mil. Este suspeito, por ser civil, não deve ser julgado nesta ação da Vara de Justiça Militar. Por fim, o Gaeco também identificou o crime de usura pecuniária, comumente conhecido como agiotagem, cometido por um dos investigados. A denúncia relata que ele teria feito um empréstimo de R$ 5 mil a uma pessoa sob a condição de receber juros de 20% sobre o valor.

De acordo com o MP, um dos policiais denunciados, sobre o qual foi identificado um maior envolvimento nos fatos, segue preso preventivamente e está afastado do cargo. Aos demais foram determinadas outras medidas cautelares, como o uso de tornozeleiras eletrônicas e a suspensão da função pública e a proibição do uso da farda e de armamento particular ou da PM. Os investigados também estão proibidos de manterem contato entre si e de frequentarem unidades policiais, bares ou casas noturnas.

Policiais militares investigados por associação com o tráfico seguem ativos na folha de pagamento da PM

Apesar da determinação da suspensão da função pública, os quatro investigados ainda aparecem no quadro de servidores ativos da Secretaria de Estado da Segurança Pública do Paraná (Sesp). Todos estão lotados na Polícia Militar como soldados de 1ª classe, com remunerações que variam entre R$ 5,1 mil e R$ 5,3 mil, e de acordo com o Portal da Transparência do Governo do Paraná receberam pagamento referente ao mês de julho.

A Gazeta do Povo entrou em contato com a Sesp, que informou por meio de sua assessoria de imprensa que só deve se pronunciar sobre o caso nesta quinta-feira.

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