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A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) publicou nesta terça-feira (15) os editais dos lotes 4 e 5 do programa de concessões de rodovias do Paraná, que completam o pacote de seis lotes do novo pedágio no estado. Somados, os dois últimos lotes serão responsáveis por R$ 29,8 bilhões de investimentos em obras e custos operacionais ao longo de 1.058 quilômetros de vias estaduais e federais.
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Os leilões na B3, a Bolsa de Valores de São Paulo, estão agendados para os dias 23 de outubro e 30 de outubro, quando serão conhecidas as empresas vencedoras dos lotes 4 e 5, respectivamente. As empresas interessadas deverão entregar as propostas no dia 20 de outubro para o lote 4 e em 27 de outubro para o lote 5. A expectativa é que os contratos sejam assinados até fevereiro de 2026. Os demais lotes já foram concedidos à iniciativa privada.
As regras dos leilões seguem o modelo das demais disputas do pacote paranaense: a escolha será pela menor tarifa-base por quilômetro rodado, sem outorga para os governos federal e estadual. Na composição total as rodovias concedidas estão 3,3 mil quilômetros, em um processo que foi iniciado em 2023. Os investimentos totais devem superar a marca de R$ 60 bilhões ao longo dos contratos de 30 anos, o que coloca o Paraná entre os maiores programas de concessões de rodovias da América Latina.
Os contratos dos primeiros lotes estão em vigência. O lote 1 é operado pela Via Araucária, do Grupo Pátria, desde janeiro de 2024, com R$ 7,9 bilhões em investimentos previstos. O lote 2 foi arrematado pelo Grupo EPR, que também iniciou as operações em janeiro de 2024, com a obrigação contratual de investimentos em R$ 10,8 bilhões.
Os contratos do lote 3, gerido pelo Grupo Motiva, antiga CCR, com investimento de R$ 9,8 bilhões e do lote 6 - o maior projeto do pacote, com R$ 12,6 bilhões em investimentos para obras sob gestão do Grupo EPR - passaram a valer em abril deste ano, com início da cobrança de pedágio em junho.
Confira as rodovias e cidades nos lotes 4 e 5 do novo pedágio no Paraná
Com uma extensão de 627,52 quilômetros, o lote 4 abrange as regiões oeste, noroeste e norte do Paraná. O trecho conecta a fronteira com o Paraguai, em Guaíra, à divisa com São Paulo, em Nova Londrina, e será importante para melhorar as condições de tráfego de veículos vindos de São Paulo e Mato Grosso do Sul.
O lote inclui três rodovias federais (BR-272, BR-369 e BR-376) e oito estaduais (PR-182, PR-272, PR-317, PR-323, PR-444, PR-862, PR-897 e PR-986). Os investimentos previstos para este trecho somam R$ 18,2 bilhões, sendo R$ 10,9 bilhões destinados às obras de melhoria. Entre as principais intervenções, destacam-se:
- 231 quilômetros de duplicações
- 87 quilômetros de faixas adicionais
- 59 quilômetros para implantação de contornos (em Nova Londrina, Itaúna do Sul, Oeste de Maringá e Norte de Londrina)
- 39,4 quilômetros de vias marginais e 34 quilômetros de ciclovias
- Construção de 39 passarelas e oito passa-faunas
- Duplicação da PR-323, uma das principais vias da região noroeste (Maringá, Cianorte e Umuarama).
Com 430,7 quilômetros de extensão, o lote 5 concentra-se nas regiões oeste e noroeste do Paraná, facilitando a conexão rodoviária do estado com Paraguai e Mato Grosso do Sul. As rodovias englobadas são a BR-158, BR-163, BR-369, BR-467 e PR-317.
Esse lote receberá R$ 11,6 bilhões em investimentos, dos quais R$ 6,5 bilhões serão destinados a obras. As melhorias planejadas incluem:
- 238 quilômetros de duplicações
- 20 quilômetros de vias marginais
- 3,7 quilômetros para implantação de contornos
- Construção de 12 quilômetros de novas rodovias, três passagens de faunas e cinco passarelas
- Construção do Contorno de Guaíra e instalação de ciclovias na BR-369.








