Paraná possui 27 mil usinas solares no meio rural| Foto: Soninha Vil / Agência Brasil
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O setor agropecuário brasileiro tem se destacado nas últimas décadas pelo amplo desenvolvimento tecnológico e o importante investimento em pesquisas e alternativas como as usinas solares, o que levou o Brasil de mero importador de alimentos - papel do país até o fim dos anos 1950 - para o protagonismo de segundo maior exportador de alimentos do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.

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O país precisou se adequar aos custos de produção e dos itens que se tornaram essenciais para manter a eficiência do setor, mas que passaram a pesar sobremaneira no bolso do produtor. Uma saída para afrouxar as despesas se deu com a utilização de usinas solares, que são sistemas fotovoltaicos de grande porte projetados para a produção e comercialização de energia elétrica.

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O desafio é tanto que, de acordo com a Federação dos Agricultores do Estado do Paraná (Faep), a energia ultrapassou a mão-de-obra como o maior gasto dos produtores rurais e, representa, 30% dos dispêndios, o que torna ainda mais valiosa a escolha por usinas solares.

O técnico Luiz Eliezer Ferreira, do Departamento Técnico e Econômico (DTE) do Sistema Faep/Senar-PR, lembra que, entre 2017 e 2023, a tarifa de energia da classe rural subiu 76%, enquanto a da classe residencial foi de 45%. Ele pontua que a extinção de subsídios somadas à crise hídrica pela qual o país foi assolado anos atrás, contribuíram para a elevação na conta de luz dos produtores.

“Até 2018, a tarifa da classe rural representava 70% da tarifa da classe residencial. Entretanto, no dia 29 de dezembro de 2018, foi assinado um decreto extinguindo esse subsídio em nível federal. Em seguida, também ocorreu o mesmo com os subsídios estaduais. Concomitantemente, veio a crise hídrica que colocou bandeiras tarifárias em alta. Tudo isso cooperou.”

O técnico da Faep esclarece que, no caso da avicultura, a energia elétrica chega a ser o principal item no custo, fato que obrigou o produtor a buscar alternativas e formas de mitigar os gastos elevados para tornar a produção mais sustentável, como as usinas solares.

“Isso auxiliou bastante, inclusive, na forte expansão da energia solar fotovoltaica no Paraná. Basta analisar que saímos de 1 mil para 500 mil quilowatts de potência no meio rural, ou de 40 para 27 mil usinas de 2017 para 2023. Seguimos aperfeiçoando e melhorando a produção e a sustentabilidade”, frisou.

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Programa estadual tem subsídio para financiamentos

Uma expressiva parte do avanço das usinas solares, segundo a Faep, tem relação direta com as políticas públicas em nível estadual. É o caso do Renova Paraná, que possui equalização de taxas de juros nos financiamentos de sistemas de usinas solares. De acordo com dados do governo estadual, só esse programa já ultrapassou mais de R$ 1 bilhão em investimentos, com o financiamento de mais de 5,8 mil projetos.

O programa paga parte dos juros dos financiamentos das usinas solares, possui incentivos tributários e aproveitamento de créditos a quem aderir. “O produtor vai ao banco e solicita o crédito rural, vem o Renova Paraná e arca com 5% do total de 6% da taxa de juros. Isso praticamente zera os gastos que o pequeno produtor terá”. explica Luiz Eliezer

Paraná briga por posto de maior produtor de energia solar

Na avaliação do técnico da Faep, a utilização de usinas solares deve crescer ainda mais por causa do aumento tarifário ocorrido recentemente e pelas oportunidades como no caso do Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), contido no Plano Safra 2023 / 2024.

“A perspectiva é de crescimento, sem dúvidas. Ainda mais, porque em julho a conta já subiu no setor agropecuário em torno de 17%, enquanto em outros setores cresceu 10%. A relação é inversamente proporcional, quanto mais aumentar a tarifa, mais viável são as usinas. O Plano Safra através do Pronaf e o Renova Paraná, podem dar esse subsídio e, assim, seguir melhorando tanto na produção quanto na sustentabilidade”, exemplifica.

Eliezer ressalta que o Paraná se tornou o vice-líder em energia solar na classe rural e perde, apenas, para Minas Gerais. Segundo ele, tudo indica que o estado se torne o primeiro colocado em breve com os investimentos nas usinas solares.

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“O Paraná responde por 33,5% da produção nacional ou 2,04 bilhões de cabeças de frango.  Como o uso de energia é intensivo nesse segmento há possibilidade real de nos tornarmos líderes na utilização de usinas solares em todo o país”, concluiu.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]