Depois de passar sete meses paralisada devido ao rompimento de contrato entre Prefeitura de Curitiba e o consórcio responsável pelo trabalho, a obra de conclusão da Linha Verde foi interrompida novamente nesta segunda-feira (21).
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O motivo agora é uma greve dos funcionários das empresas TCE Engenharia e Compasa para solicitar aumento no vale-alimentação, uma cesta de Natal e também recesso durante as festas de fim de ano. As companhias ainda não se manifestaram a respeito das solicitações, e os 100 colaboradores que atuam na obra afirmam que seguirão com a paralisação.
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada do Paraná (Sintrpav-PR), os funcionários querem a retomada do acordo que existia antes do rompimento de contrato, quando todos recebiam vale-alimentação mensal no valor de R$ 570 e cesta natalina de R$ 540.
“Isso já era algo estabelecido com a empresa TCE Engenharia, mas no retorno da obra eles reduziram o vale para R$ 320 e tiraram a cesta de Natal”, explica Raimundo Ribeiro Santos Filho, presidente do sindicato. “Queremos as mesmas condições que tínhamos antes, pois o trabalho é o mesmo”, completa.
Além disso, ele explica que não há acordo a respeito do recesso durante o período de Natal e Ano Novo, mas os colaboradores desejam folgar em regime de compensação de parte das horas entre os dias 23 de dezembro e 3 de janeiro. “Já protocolamos pedido de audiência junto ao Ministério do Trabalho e creio que logo teremos a confirmação de uma reunião”.
Procurado pela Gazeta do Povo, o Consórcio TC Linha Verde informou que está ciente das solicitações, "se mantém regular com suas obrigações de natureza trabalhista" e “cumprirá todo acordo firmado individual ou coletivamente com seus contratados”. No entanto, afirma que a execução atual das obras do "não guarda relação ou vínculo legal com os contratos anteriores".
Dessa forma, o consórcio informa estar trabalhando para promover imediata continuidade dos serviços, mas não divulga quando haverá reunião com representantes do sindicato e se existe possibilidade de acordo.
Já a prefeitura de Curitiba informou que não se manifestará a respeito da greve, pois se trata de "uma questão trabalhista que envolve empresa e seus funcionários”, explicou a Secretaria de Obras Públicas (Smop).
Já são 16 anos de obras na Linha Verde
Considerada a obra pública mais demorada da história de Curitiba, a Linha Verde já passou por quatro prefeitos — Beto Richa, Luciano Ducci, Gustavo Fruet e Rafael Greca — e sofreu duas rescisões de contrato.
A primeira ocorreu em agosto de 2019 com a empresa Terpasul devido a atrasos e não cumprimento de prazos. Depois, a obra foi reiniciada em dezembro do mesmo ano pelo consórcio Estação Solar, formado pela TCE Engenharia e a Construtora Triunfo. No entanto, o prazo para término dos serviços era de 720 dias e menos de 20% do previsto foi executado, levando a um novo rompimento de contrato em dezembro de 2021.
A obra permaneceu parada por quase sete meses e um novo consórcio — com a participação da mesma empresa TCE Engenharia — retomou o serviço, que está na última etapa no trecho de quase 3 quilômetros entre os bairros Bacacheri e Atuba. Ali, o trabalho conta com intervenções viárias de alta complexidade, como trincheiras, viadutos e obras de contenção. Também será realizada pavimentação, execução de calçada, ciclovia, paisagismo, sinalização e ativação de estações-tubo para o transporte coletivo.
A previsão inicial era que de que tudo ficaria pronto em 2020, mas a data mudou para janeiro de 2023 após as rescisões de contrato. Agora, a gestão municipal garante apenas que a obra terminará em 2024, último ano de mandato do prefeito Rafael Greca.
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