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Hospital de Clínicas da UFPR.
Hospital de Clínicas da UFPR.| Foto: Cassiano Rosario/Gazeta do Povo/Arquivo

A ala de tratamento de Covid-19 do Hospital de Clínicas (HC) de Curitiba começou a ser desativada terça-feira (16). Com apenas três pacientes internados nesta quarta-feira (17), todos já na fase final de tratamento, o HC chegou a ter 273 leitos exclusivos para pacientes com coronavírus: 180 de enfermaria e 93 de UTI.

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Ao longo da pandemia, a ocupação média de pacientes Covid ficou em 200 do total de 440 leitos no HC, o maior hospital do estado. A ala Covid-19 chegou a ocupar nove andares inteiros do HC (sete do prédio central e dois em unidades anexas) mais a Maternidade Victor Ferreira do Amaral, que faz parte do complexo do hospital da Universidade Federal do Paraná (UFPR). (Ao contrário do informado anteriormente pela Gazeta do Povo, o HC não teve a maior ala de Covid-19 do Paraná. A maior do estado foi a ala do Hospital do Rocio, em Campo Largo, Região Metropolitana, que chegou a 509 leitos. Pelo erro, pedimos desculpa).

"Desde o início da pandemia, tivemos uma mudança total no HC para atender pacientes com Covid-19, com andares inteiros destinados a esses pacientes e profissionais de outras áreas tendo de ser remanejados. Portanto, ficamos muito felizes em mostrar o potencial do SUS dentro de um hospital universitário", enfatiza a superintendente do Hospital de Clínicas, a médica Claudete Reggiani.

Para reservar leitos aos pacientes com coronavírus, houve suspensão de cirurgias e procedimentos eletivos de outras doenças - aqueles em que o paciente não corre risco de morrer se não for atendido, mas cujo quadro clínico pode piorar sem a intervenção. Muitos pacientes também deixaram de buscar tratamento de sua enfermidadena pandemia pelo medo de se contaminar.

Com isso, cerca de 1,5 mil do total de 3 mil profissionais do hospital tiveram de ser realocados ao longo da pandemia para reforçar o atendimento à Covid-19. No pico da crise sanitária, o Hospital de Clínicas chegou a ter ocupação de mais de 100% de UTI, com leitos intensivos tendo de ser montados às pressas em outras alas.

"Agora estamos no processo inverso, de retomar a missão do Hospital de Clínicas de unidade terciária do SUS. Ou seja, de atendimento assistencial de alta complexidade", aponta Claudete. Dentro desse atendimento de alta complexidade estão, inclusive, pacientes com sequelas da Covid-19 das mais diversas especialidades, como cardiologia, otorrinolaringologia, pneumologia, dermatologia, entre outras.

A superintendente destaca que além da força-tarefa montada para o atendimento emergencial, o HC também teve papel de destaque na pesquisa da Covid-19.

Em 2020, o hospital da UFPR foi uma das unidades clínicas a testar a eficácia em profissionais de saúde voluntários da Coronavac, a primeira vacina aplicada no Brasil.

Além disso, o HC foi a unidade com maior quantidade de pacientes voluntários no país no teste do remédio Molnupiravir, que teve 50% de eficácia comprovada contra o coronavírus e já foi aprovado para uso em países como o Reino Unido.

Demissões

Com o desativamento da ala Covid-19, o Hospital de Clínicas terá que demitir os profissionais contratados em regime emergencial. Ao longo da pandemia, 500 profissionais integraram o quadro do HC em regime de contratação simplificada.

Restam ainda 320 trabalhadores que serão desligados nos próximos dias. "Por outro lado, vamos contratar novos funcionários concursados", aponta a superintendente Claudete Reggiani.

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