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Barreiras nos acessos

Maringá vai barrar pacientes com Covid de cidades que não acatarem decreto estadual

Ambulância do Samu. (Foto: Lineu Filho /Tribuna do Paraná)

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Maringá não vai receber pacientes com Covid-19 de municípios vizinhos que não acatarem o decreto estadual de restrições para conter o novo avanço da pandemia que lota os hospitais de todo o Paraná. O prefeito da maior cidade da região Noroeste, Ulisses Maia (PDS), postou no Facebook que barreiras estão sendo montadas nos acessos a Maringá para impedir a entrada de ambulâncias desses municípios.

"Cidades em que os prefeitos não estão respeitando o decreto do governo estadual, deixando tudo funcionar normalmente, não poderão buscar atendimento médico em Maringá para tratar pacientes com o vírus. Já estamos organizando barreiras nas entradas da nossa cidade. Ambulâncias de Cianorte, São Carlos do Ivaí e Mandaguari não estão autorizadas a entrar", alertou Maia na rede social.

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A decisão foi tomada após o prefeito se reunir com médicos e empresários de Maringá que o alertaram que não adiantava apenas Maringá aplicar restrições mais duras para conter o vírus se toda a macrorregião não tomasse a mesma medida. “A comunidade tem razão. Maringá não pode pagar a conta de outros municípios”, disse Maia ao site da prefeitura. "Sei que os profissionais da saúde atendem a todos de forma igual, com o mesmo carinho e dedicação. Mas os prefeitos da região têm que fazer a sua parte. Não podemos nos sacrificar mais”, cobrou Maia.

O decreto estadual entrou em vigência sábado (27) com vigência até 8 de março. Ele determina o fechamento do comércio não essencial, toque de recolher e proibição da venda e consumo de bebidas alcoólicas das 20h até as 5h do dia seguinte, suspensão das aulas e cancelamento das cirurgias sem urgência até o fim de março. As medidas são para aliviar o sistema de saúde do estado, que ficou perto do colapso ao longo de toda a semana passada, atingindo 94% de ocupação das UTIs.

STF autoriza municípios

Ao anunciar o decreto, o governador Carlos Massa Ratinho Jr (PDS) solicitou que todos os municípios paranaenses o acatassem. Ratinho Jr também solicitou aos prefeitos que reforçassem o patrulhamento das Guardas Municipais em apoio à Polícia Militar para evitar aglomerações, em especial festas clandestinas.

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Entretanto, decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) determina que cada prefeitura tem autonomia para decidir se cumpre ou não os decretos estaduais.

“Os prefeitos tomam a sua decisão conforme determina o STF. Mas pedi aos prefeitos unidade no cumprimento do decreto estadual. Não adianta ter uma cidade com restrição e outra cidade liberada, porque aí o vírus pode ir de uma cidade para outra. Agora, temos que pensar na floresta, não somente na árvore”, comentou o governador ao anunciar as medidas restritivas.

A prefeitura de Araucária, na região metropolitana de Curitiba, havia decidido não acatar o decreto estadual, alegando baixa mortalidade por Covid-19 na cidade. Além disso, o decreto municipal em vigência, assinado pelo prefeito Hissam Hussein (Cidadania), autorizava a abertura de bares, casas noturnas e locais de eventos.

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Domingo (28), porém, após pressão do Ministério Público do Paraná e a ocorrência de um acidente em que um carro suspeito de disputar racha matou dois irmãos que voltavam do trabalho às 22h, Hissam voltou atrás. A partir de segunda-feira (1.°), Araucária passa a cumprir integralmente o decreto estadual.

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