Alimentos não comercializados são processados em sopas, caldos e sucos e distribuídos a instituiçòes assistenciais, hospitais e escolas.| Foto: Gilson Abreu/AEN
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Os governos federal e estadual do Paraná assinaram, nesta terça-feira (1º), um termo de cooperação técnica para criar, em esfera nacional, um programa de segurança alimentar semelhante ao Banco de Alimentos Comida Boa. O objetivo é replicar a iniciativa paranaense em outros estados do país.

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Na base deste termo de cooperação está a adoção de ações educativas entre as Centrais de Abastecimentos (Ceasas) dos estados. Além disso, estão previstas melhorias na captação e distribuição de alimentos para pessoas em situação de vulnerabilidade social e insegurança alimentar e nutricional.

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No modelo paranaense de banco de alimentos, os produtos que mesmo em boas condições de consumo não são vendidos na Ceasa são processados por presos em processo de ressocialização. O resultado são sopas, caldos e sucos, que possibilitam uma maior vida útil a esses alimentos. Dentro do programa Comida Boa, esses produtos são distribuídos para entidades assistenciais.

“Foi um aprendizado o que eu vi aqui. Além de reduzir o desperdício e disponibilizar alimento bom e saudável para quem precisa, encontrei um programa que tem o aspecto social como prioridade, com pessoas que estão cumprindo penas, mas que trabalham, dão renda para família e reduzem penas, o que também contribui para evitar a reincidência”, afirmou o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias.

Além do ministro, assinaram o acordo o governador do Paraná em exercício, Darci Piana; o secretário de Agricultura e Abastecimento (Seab), Norberto Ortigara; e o presidente da Ceasa Paraná, Éder Bublitz, que também é presidente da Associação Brasileira das Ceasas.

Programa paranaense abrange 130 mil pessoas

De acordo com dados da Seab, o Comida Boa beneficia mensalmente cerca de 130 mil pessoas. São mais de 300 entidades cadastradas que recebem e distribuem os alimentos processados a instituições assistenciais, hospitais, escolas e orfanatos. A secretaria aponta que, antes da criação do programa, em 2020, o alcance de medidas semelhantes era cerca de 66% menor.

“O governo federal veio ver como a gente faz, o jeito que a gente faz e vai levar isso para o Brasil inteiro. É um orgulho muito grande. Assinamos uma parceria para a gente poder ensinar outras centrais do Brasil o que a gente faz aqui”, afirmou Piana.

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Ceasas no Paraná ainda registram sobras diárias de 35 toneladas de alimentos

As cinco Centrais de Abastecimento instaladas no Paraná, nas cidades de Curitiba, Londrina, Maringá, Cascavel e Foz do Iguaçu, têm bastante potencial para aproveitamento de produtos não comercializados. De acordo com a estimativa das Ceasas, há uma sobra diária de cerca de 35 toneladas de alimentos impróprios para o consumo humano nas unidades.

Com a meta de estabelecer um nível de desperdício zero, a partir do segundo semestre de 2023 parte desses alimentos será encaminhada aos criadouros conservacionais do Paraná, onde serão alimentados animais resgatados e espécies ameaçadas de extinção. O restante seguirá para uso em compostagem no programa Paraná Mais Verde, responsável pelo plantio de mudas no estado.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]