A missão de integrantes do governo do Paraná nos Estados Unidos inclui, na agenda, a apresentação do projeto da Nova Ferroeste para investidores norte-americanos. Estão previstos encontros com a XP Investimentos e a Kirkoswald Asset Management, empresa sediada em Nova York especializada em gestão de ativos.
Recebas as principais notícias do Paraná pelo WhatsApp
A comitiva apresenta o projeto construído que pretende construir um corredor ferroviário que ligará a cidades de Maracaju (MS) a Paranaguá (PR). O projeto, com extensão total de 1.567 quilômetros, vai ampliar a atual Ferroeste, que opera no trecho entre Cascavel e Guarapuava.
A nova malha viária ajudará a integrar por trilhos grandes engrenagens da economia nacional. Estão previstos dois ramais, a partir de Cascavel, para conectar Chapecó, em Santa Catarina, e Foz do Iguaçu, na tríplice fronteira. A Nova Ferroeste pretende ser o principal corredor de exportação de produtos do Sul do Brasil e o segundo maior corredor de grãos e contêineres refrigerados do país. A expansão promete uma solução capaz de reduzir em até 30% o chamado "custo Brasil" nos três estados por onde vai passar (PR, MS e SC).
Nova Ferroeste tem apoio do setor produtivo
Para João Arthur Mohr, gerente de assuntos estratégicos da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), a Nova Ferroeste tem quatro grandes vantagens: redução de custos, menor impacto ambiental, redução de acidentes nas estradas e melhoria na parte social. "Os jovens não querem mais trabalhar como caminhoneiros. Eles precisariam ficar longos dias fora de casa, enfrentar os problemas das estradas e se alimentar, algumas vezes, de forma precária. Com a Nova Ferroeste, as empresas vão continuar precisando de motoristas, afinal os trilhos não chegam nas fazendas e indústrias. Mas estes profissionais vão necessitar ficar menos tempo nas estradas. Isso aumenta a qualidade de vida e diminui a chance de acidentes nas estradas", pontua Mohr.
Na questão ambiental, as ferrovias, além de impacto menor do que as rodovias durante a construção, emitem menos gases, como o CO2. "O combustível representa 40% do preço de um frete. Hoje, somente a região oeste do Paraná exporta 20 milhões de toneladas de produtos, a grande maioria alimentos. O custo do frete entre Cascavel e Paranaguá é de R$ 150 por tonelada. Estima-se que, pela Nova Ferroeste, cairia para R$ 100 por tonelada. Ou seja, uma economia de R$ 1 bilhão por ano", estima o gerente de assuntos estratégicos da Fiep.
O projeto está em fase de obtenção do licenciamento junto ao Ibama. A estimativa do governo estadual é que a concorrência para a iniciativa privada ocorra ainda em 2023. O investidor privado que arrematar a ferrovia será responsável pela construção do trecho completo. A cessão onerosa da Nova Ferroeste será subdividida em cinco contratos, sendo quatro de autorização e um de adesão. O acordo é válido por 99 anos, prorrogáveis por igual período.
Fernando Moraes, presidente da Federação da Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná, Faciap, e coordenador do G7, grupo com lideranças do setor produtivo paranaense, apoia a iniciativa da Nova Ferroeste. "Trará uma nova dinâmica ao escoamento da safra e ao desenvolvimento do estado com o incremento de novos polos econômicos. Estamos na expectativa", diz ele.
-
Mais de 400 atingidos: entenda a dimensão do relatório com as decisões sigilosas de Moraes
-
Leia o relatório completo da Câmara dos EUA que acusa Moraes de censurar direita no X
-
Revelações de Musk: as vozes caladas por Alexandre de Moraes; acompanhe o Sem Rodeios
-
Mundo sabe que Brasil está “perto de uma ditadura”, diz Bolsonaro
Decisão de Moraes derrubou contas de deputado por banner de palestra com ministros do STF
Petrobras retoma fábrica de fertilizantes no Paraná
Alep aprova acordos para membros do MP que cometerem infrações de “menor gravidade”
Após desmoronamento, BR-277 em Guarapuava ficará ao menos uma semana com bloqueio parcial
Deixe sua opinião