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Leonidas Dias (Solidariedade) foi cronista esportivo a partir dos 14 anos de idade
Leonidas Dias (Solidariedade) foi cronista esportivo a partir dos 14 anos de idade| Foto: Divulgação

As eleições municipais de 2020 renderam à Câmara Municipal de Curitiba 18 novos nomes, que tem uma média de idade de 43 anos – 11 a menos do que a dos 20 parlamentares que foram reeleitos. Aos 34, o jornalista Leonidas Dias (Solidariedade) será o mais jovem da próxima legislatura. Com experiência na máquina pública – já foi secretário municipal na gestão de Gustavo Fruet (PDT) – e uma trajetória ligada ao futebol amador, Dias está acostumado a conviver com a precocidade.

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Filho do também jornalista Leonidas Antonio Rodrigues Dias, de quem herdou nome, sobrenome e profissão, tornou-se plantonista na Rádio Capital AM ainda aos 14 anos, idade com que se tornou o mais jovem filiado à Associação dos Cronistas Esportivos do Paraná, em 2000.

Sua especialidade sempre foi o futebol amador, paixão que também herdou do pai, idealizador de uma série de competições da modalidade. “Fui repórter de campo de futebol amador, trabalhei muito tempo com entrevistas e, na sequência, apresentei um programa de uma hora específico sobre o assunto na Rádio Cultura AM, a Voz do Amadorismo”, conta.

Tudo isso foi ainda antes de ingressar na faculdade de jornalismo, na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), em 2004, aos 18 anos. Na universidade, passou a se envolver com a política estudantil. Foi presidente do Centro Acadêmico de Comunicação, membro do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e do Conselho Universitário da instituição. Com perfil de líder, reuniu um grupo de amigos com o qual mantém, desde a faculdade, projetos de ação social, com arrecadação de alimentos e roupas para doação.

Em 2007, aos 21 anos, foi diretor do departamento de futebol feminino da Federação Paranaense de Futebol (FPF) – era o mais jovem membro da diretoria da entidade. Entre 2008 e 2012 coordenou quatro edições da Copa Kaiser de Futebol de Curitiba, que chegou a ter mais de cem equipes participantes.

O primeiro partido ao qual se filiou foi o PDT. Correligionário do então prefeito Gustavo Fruet, assumiu em 2012 o cargo de superintendente da Secretaria Municipal de Assuntos Metropolitanos, e, em 2016, a titularidade da pasta. Sua relação com a Grande Curitiba, particularmente com Almirante Tamandaré, onde seu pai fundou um jornal, a Folha de Tamandaré, contou pontos a seu favor.

“A experiência na ação social, na gestão esportiva e, finalmente, na gestão pública, me levou a concorrer a vereador pela primeira vez, em 2016”, conta. A decisão também teve influência de seu pai, que o acompanhou naquela campanha eleitoral. “Ele sempre dizia que a questão política, dependendo da maneira como é feita, é determinante para o desenvolvimento social”, lembra. Leonidas Dias pai morreu em maio de 2019. “Fez muita falta na campanha de 2020.”

Como outros quatro vereadores eleitos no pleito do último dia 15, o jornalista foi aluno do RenovaBR, uma iniciativa que pretende formar lideranças políticas no país por meio de uma qualificação dita apartidária. Para participar da capacitação, passou por uma seleção entre 31 mil candidatos, dos quais 1,4 mil puderam fazer o curso. Apesar da passagem pelo primeiro escalão do Executivo municipal, considerou a experiência “sensacional”. “Conhecimento nunca é demais”, diz.

Desta vez, saiu candidato pelo Solidariedade, para o qual migrou em 2019, após convite do presidente estadual do partido, Márcio Paulik, que também deixou o PDT para ingressar na sigla. “Considero ser uma pessoa de centro”, afirma Dias. “Não sou radical em nada e tenho um bom relacionamento político nos mais diversos espectros que você imaginar.”

Seu partido apoiou Fernando Francischini (PSL) na disputa majoritária. Apesar disso, diz que vai atuar como um vereador independente. “Vou buscar construir diálogo com todo mundo”, afirma. É amigo do vereador eleito Sidnei Toaldo (Patriota), presidente da Sociedade Operária Beneficente Iguaçu, já trabalhou com Salles do Fazendinha (DC), e foi colega de Amália Tortato (Novo), Indiara Barbosa (Novo) e Marcelo Fachinello (PSC) no curso RenovaBR Cidades. No PDT conta que criou amizades também com os reeleitos Dalton Borba, Marcos Vieira e Tito Zeglin, que também é radialista.

Entre as áreas que considera prioritárias em seu futuro mandato, destaca políticas para a terceira idade, o desenvolvimento do esporte amador, a atenção à saúde mental, além da geração de emprego e renda, principalmente por meio da desburocratização da máquina pública. “Não cabe defender 20 bandeiras que no fim não se consegue atender bem nenhuma.”

“Quero trazer também investimentos para a cidade. Pelo bom relacionamento que tenho com deputados estaduais e federais, vou atrás de emendas parlamentares que possam atender algumas das minhas propostas, na área da segurança pública e da proteção animal, por exemplo”, afirma. “É também função do vereador fortalecer o caixa da prefeitura para viabilizar a execução de suas propostas”.

Apesar da pouca idade – 15 anos abaixo da média da próxima legislatura –, considera que trilhou um longo caminho na construção de seu mandato. “Foi um trabalho de muitos anos e várias etapas, começando no movimento estudantil e no incentivo ao esporte”, avalia. “Reflete um pouco também da busca pela representação da região norte de Curitiba, que demanda uma série de investimentos”, afirma o jornalista, nascido e criado no Barreirinha.

Diz que pretende continuar sendo “uma pessoa comum”, algo que considera fazer falta no processo político. “Às vezes se elege um deputado ou um vereador, e parece que a pessoa não pode mais ser quem era, fazer o que fazia. Eu jogo bola e tomo cerveja com meus amigos e vou continuar jogando bola e tomando cerveja com meus amigos”, garante.

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