Era o ano de 1990 quando George Gardner Brown concluía a graduação em Agronomia na Universidade de Wisconsin, nos Estados Unidos. Recém-formado, foi questionado por um pesquisador da área de ciências naturais se tinha interesse em trabalhar em um experimento de longa duração sobre minhocas. George não sabia muita coisa sobre o assunto, mas topou o desafio e passou então a se dedicar com afinco aos estudos. Mas jamais imaginou que, 30 anos depois, isso faria com que seu nome constasse em uma relação dos pesquisadores mais citados do mundo inteiro.
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Pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), George Brown apareceu em outubro no ranking elaborado pela Universidade de Stanford, que faz a análise em um banco de dados mundial com sete milhões de cientistas. A relação final traz aproximadamente 160 mil cientistas, dos quais 600 são do Brasil.
Para chegar a esse seleto grupo, o pesquisador contou com uma vasta bagagem, que inclui 104 artigos científicos – alguns deles nas conceituadas revistas Science e Nature –, 54 capítulos de livros e cinco livros editados. Seus trabalhos, que mostram a importância das minhocas como indicadores da qualidade ambiental e da produtividade vegetal, são referência nacional e internacional para quem trabalha na área.
“Foi algo totalmente inesperado, nem imaginava que um dia estaria numa lista dessas”, diz George ao comentar a inclusão de seu nome na lista elaborada pela Universidade de Stanford. Uma das razões que contribuiu para isso, na avaliação dele, é uma grande rede de pesquisa que se formou na área em que atua. “É uma rede de contatos que acaba colaborando com pesquisadores de outros países, gerando pesquisas de ponta e publicações do mais alto impacto científico.”
Pesquisa é fundamental para preservação dos solos
George conta que, quando foi convidado a participar de uma pesquisa sobre minhocas, há 30 anos, não sabia “nada” sobre o assunto. “Passei seis meses na biblioteca absorvendo e conhecendo mais sobre esse universo. Acabei me apaixonando”, relata o pesquisador, que fez mestrado nos EUA e doutorado na França, abordando a importância das minhocas para a qualidade do solo. Em 2001 ele iniciou o pós-doutorado na Embrapa, onde permanece ao longo dos últimos 18 anos.
Quando perguntado sobre a importância das pesquisas que vem desenvolvendo ao longo das últimas décadas, George ressalta que seu trabalho envolve não apenas uma, mas diversas áreas: biologia, física e química, entre outras. “A forma como usamos o solo impacta na qualidade de vida, nos alimentos, no meio ambiente, afeta o bem-estar humano. Em meu trabalho, trato de localizar esses organismos, dizer quem são eles, o que fazem, como contribuem para o solo e por que devemos prestar atenção neles”, resume.
Para o pesquisador, o estudo das minhocas vai muito além da fertilidade do solo. “Ele está relacionado ao controle de pragas, de doenças, de bens e serviços obtidos por meio da flora e da fauna. O solo tem múltiplas funções: dá suporte às construções, abriga o nosso patrimônio, é a base da agricultura... a forma como conservamos e o transformamos pode ou não se tornar um problema no futuro”, conclui.
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