• Carregando...
Na avaliação da família Bolsonaro, ação contra Moro é um erro político e jurídico.
Na avaliação da família Bolsonaro, ação contra Moro é um erro político e jurídico.| Foto: Evaristo Sá/AFP

A direção do Partido Liberal (PL) analisa a possibilidade de não recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para julgamento de recurso pela cassação e inelegibilidade do senador Sergio Moro (União Brasil-PR), atendendo a pedido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O ex-juiz da Lava Jato foi absolvido pelo placar de 5 a 2 no Tribunal Eleitoral Regional (TRE-PR) pela denúncia de suposto abuso de poder econômico nas eleições de 2022.

Receba as principais notícias do Paraná pelo WhatsApp

As Ações de Investigação Judicial Eleitoral (Aijes) foram protocoladas pelo PL e pela Federação formada por PT-PV-PCdoB, tendo a tramitação unificada por tratar do mesmo objeto. No entanto, as siglas podem tomar decisões diferentes sobre a continuidade do processo, justamente por terem apresentado, de início, as ações separadas.

“Nossa vontade é retirar o recurso, mas, caso o PL não recorra, terá que pagar a multa, está em contrato. Atualmente, o PL só conta com a verba do fundo partidário, estamos sem recursos próprios para pagar este valor desde 2023, quando fomos multados em R$ 22,9 milhões pelo ministro Alexandre de Moraes”, afirmou o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, em entrevista ao O Globo.

A multa para pagamento do escritório de advocacia que representa o partido na ação é de R$ 1,2 milhão. A informação foi confirmada pela Gazeta do Povo. A reportagem apurou que, após a absolvição de Moro no julgamento realizado em Curitiba, na última terça-feira (9), Costa Neto havia sinalizado que o partido iria recorrer ao TSE, mas deve atender ao pedido de Bolsonaro.

A expectativa é que a decisão da cúpula nacional seja anunciada nesta terça-feira (16). 

Após o julgamento no TRE-PR, os advogados do PL declararam que aguardavam a publicação do acórdão para entrar com o recurso para reverter em Brasília a decisão da Corte paranaense. Se for condenado pelo TSE, Moro perde o mandato de Senado e fica inelegível por oito anos, o que é considerado um erro político na avaliação do senador Flávio Bolsonaro (PL-SP).

O filho do ex-presidente afirma que a questão regional pode ter impacto no partido como um todo, confirmando a avaliação da ala bolsonarista dentro do PL que teme uma repercussão negativa no eleitorado pela representatividade do ex-juiz da Lava Jato no combate à corrupção. Moro também ocupou o cargo de ministro da Justiça na gestão Bolsonaro com projetos de combate ao crime organizado.

“Essa ação não é do ‘PL do Bolsonaro’, mas uma iniciativa regional. O PL do estado do Paraná que tomou essa providência que eu acho errada e já manifestei para as lideranças do estado que deveriam, sim, desistir dessa ação ou se comprometer, de antemão, de não recorrer após o julgamento. Acabam usando uma narrativa contra o partido inteiro por causa de uma situação específica do Paraná. Mais uma vez, do meu ponto de vista, isso é errado, ainda mais pelos fundamentos que estão sendo alegados de que ele teria abusado na pré-campanha de alguma forma e se beneficiado por uma disputa desequilibrada. Isso é completamente sem pé nem cabeça”, afirmou Flávio Bolsonaro em entrevista ao Roda Viva da TV Cultura, no último dia 8.

"Considero um erro político e um erro jurídico o PL do Paraná ter entrado com essa ação."

Senador Flávio Bolsonaro (PL-SP)

No ano passado, Deltan Dallagnol (Novo) foi condenado pelo TSE e teve o registro da candidatura a deputado federal impugnado pela Corte em Brasília por 6 a 0. No TRE-PR, ele foi absolvido por unanimidade na ação de autoria da Federação encabeçada pelo PT, que alegou que o ex-procurador da Lava Jato deixou o Ministério Público Federal (MPF) para se livrar de um suposto Procedimento Administrativo Disciplinar em decorrência da atuação dele na força-tarefa.

Mesmo que o PL anuncie oficialmente que não vai entrar com o recurso contra Sergio Moro, a Federação PT-PV-PCdoB deve levar o recurso em frente. Ainda existe a possibilidade do próprio Ministério Público Eleitoral (MPE) do Paraná apresentar um recurso ao TSE. A Procuradoria Eleitoral emitiu parecer acolhendo parcialmente os supostos gastos de pré-campanha apresentados pelos partidos autores das ações e pediu a condenação de Moro por abuso de poder econômico.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]