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O que o estudo ambiental deve avaliar antes de aprovar a construção da ponte em Guaratuba?
Ponte pode intensificar tráfego pesado em Guaratuba e Matinhos.| Foto: Divulgação / DER-PR

A ponte de Guaratuba, umas das obras classificadas como prioritárias pelo governo do Paraná, deve resolver um problema histórico, que é o isolamento da cidade e o consequente atraso no seu desenvolvimento. Por outro lado, pode trazer impactos indesejados, como o aumento no tráfego pesado. Equilibrar esses dois pontos é um desafio para as autoridades locais.

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“Hoje já existe um movimento de carretas vazias que fazem a travessia por ferry boat e com a ponte isso deve aumentar, o que já seria prejudicial para as cidades de Guaratuba e de Matinhos”, observa João Arthur Mohr, consultor em logística e gerente de assuntos estratégicos da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep). Segundo ele, é comum também o transporte de carretas carregando contêineres vazios entre o porto de Paranaguá e os portos de Santa Catarina, que deve se intensificar com a ponte.

“A solução definitiva para esse caso seria uma composição de dois processos: a construção da ponte para veículos leves e a conclusão do contorno na baía de Guaratuba para os veículos pesados”, defende Mohr.

Ele diz que hoje já existe um desenho desse contorno com uma estrada de chão de cerca de 20 quilômetros, na localidade de Cubatão. “Essa estrada seria pavimentada e haveria uma derivação ligando esse trecho à estrada Alexandra-Matinhos, na altura da Colônia Pereira. Dessa forma, o veículo de carga poderia sair de Paranaguá e, antes de chegar a Matinhos, viraria à direita na Colônia Pereira, onde seria feito um pequeno túnel por baixo do parque Saint Hilaire que chegaria na localidade de Cubatão; dali, seguiria até Garuva”, explica.

É necessário desviar o tráfego pesado”, defende associação comercial

“Além do projeto da ponte, o governo do estado terá que implementar um projeto complementar para desviar o tráfego pesado de caminhões da área central do município, algo muito parecido com os contornos que circundam Curitiba”, defende Braulio Augusto Pedrotti, presidente da Associação Comercial e Industrial de Guaratuba (Acig).

Pedrotti diz que “os impactos positivos se sobressaem aos negativos” e que “os pequenos transtornos devem exigir adaptações”. O presidente da Acig acredita que o Plano de Mobilidade Urbana que está sendo desenvolvido e que será implementado em breve já deverá considerar essa questão.

“A Acig é totalmente a favor da ponte de Guaratuba pois será uma importante obra estruturante, beneficiando o turismo, o comércio e os prestadores de serviços locais. Será um vetor de desenvolvimento”, destaca o presidente.

Prefeito diz que ponte não vai aumentar tráfego pesado

O prefeito de Guaratuba, Roberto Justus (União Brasil), garante que não há risco de tráfego pesado na cidade com a ponte. Segundo ele, no máximo que vai acontecer é “o tráfego de carretas carregando contêineres vazios, que já acontece hoje nas balsas e que não será um problema. Isso não vai atrapalhar o trânsito e nem estragar o asfalto”, observa.

O prefeito explica ainda que os três possíveis traçados da ponte, que estão sendo analisados, já foram desenhados pensando nisso. “Em todos, a cabeceira da ponte parte do nível da água, o que impede caminhões carregados de subir”, esclarece. Sobre a solução do contorno, Justus diz que também defende, mas a prioridade no momento é a ponte.

O projeto da ponte está em fase de estudos ambientais, que devem ser concluídos até setembro, a partir daí serão licitados os projetos de engenharia e de execução da obra. A previsão é que a obra comece em 2024 e que a ponte seja entregue à população em 2028.

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