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Litoral do Paraná

Ponte de Guaratuba sofre novo revés na Justiça e licença prévia é suspensa

Investimento na Ponte de Guaratuba é previsto em R$ 386,9 milhões.
Investimento na Ponte de Guaratuba é previsto em R$ 386,9 milhões. (Foto: Projeção/DER-PR)

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A Justiça Federal suspendeu a licença prévia da construção da Ponte de Guaratuba, obra prevista pelo governo Ratinho Junior (PSD) para ser iniciada neste segundo semestre, no litoral paranaense. A decisão é da juíza Silvia Brollo, da 11ª Vara Federal de Curitiba, e foi publicada no final de setembro. A administração estadual disse que vai recorrer.

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A decisão da magistrada atende a parte dos pedidos do Ministério Público Federal (MPF) em ação civil pública. A juíza disse que a licença está suspensa até o Estudo de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima) ser aprovado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

A magistrada, na decisão, afirmou que o EIA/Rima não identificou e nem mensurou os impactos ambientais da instalação da ponte. Outros pontos citados foram que o estudo não analisou os efeitos da iluminação noturna da ponte sobre a fauna marinha e aves da baía de Guaratuba e que a fauna não foi analisada em todas as estações do ano.

O Departamento de Estradas de Rodagem do Estado do Paraná (DER-PR), em nota, informou que estão sendo elaborados levantamentos e estudos para atender as condicionantes necessárias para obter a licença ambiental de instalação das obras. As demandas do ICMBio quanto ao Parque Nacional de Saint-Hilaire/Lange também estão sendo analisadas.

"O consórcio contratado também está trabalhando para a obtenção da licença ambiental para instalação dos canteiros, que deve ser emitida nos próximos dias. Desde a sua concepção original, a Ponte de Guaratuba visa o menor impacto possível à fauna e flora local, além de prever iniciativas para compensar qualquer influência que venha a ter no meio-ambiente", argumenta o DER-PR.

A licença questionada na Justiça foi emitida pelo Instituto Água e Terra (IAT), em abril deste ano. Contudo, a magistrada citou que o ICMBio mandou um ofício ao IAT afirmando não ter sido intimado para aprovar o EIA/Rima da construção da Ponte de Guaratuba. "A Ponte de Guaratuba conta com licença ambiental prévia emitida pelo Instituto Água e Terra (IAT), seguindo a legislação vigente e atendendo rigorosamente a todos os critérios do órgão", disse o DER-PR.

O governo do Paraná disse, em nota, que irá tomar as medidas cabíveis para garantir a continuidade da Ponte de Guaratuba. O secretário de Infraestrutura e Logística do Paraná, Sandro Alex, falou que o governo estadual irá entrar com uma ação para "restaurar a legalidade do processo".

Em entrevista à Gazeta do Povo, Sandro Alex ressaltou que as comunidades locais estão sendo ouvidas para entender os possíveis impactos da obra. Além disso, conversas com o Ministério Público têm sido frequentes, segundo o governo estadual. “Estamos tendo um diálogo quase semanal com o Ministério Público e estamos avançando com muito diálogo. A gente sabe os impactos e estamos trabalhando para que a gente possa minimizar todos os impactos da obra perante a Mata Atlântica”, destacou ele, que pontua terem sido seguidas "todas as formalidades que os órgãos pediram”.

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No começo do mês de setembro, a ministra Rosa Weber, então presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), indeferiu um pedido de liminar do Tribunal de Contas do Estado (TCE) contra o edital das obras da Ponte de Guaratuba.

Em dezembro do ano passado, uma decisão do TCE havia suspendido o procedimento licitatório. O órgão apontou que algumas exigências do edital do Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER-PR) eram muito altas. Na época, o Estado recorreu e o Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR) reverteu a decisão, considerando que o TCE não poderia suspender os contratos. Dessa forma, o caso foi para o STF.

“Verifico que o Tribunal de Contas paranaense, em sua petição inicial, não aponta circunstâncias concretas caracterizadoras do alegado risco de lesão à ordem, à saúde ou à economia públicas. Na realidade, os fundamentos em que se apoia o pedido de contracautela foram deduzidos de modo genérico e abstrato, sem o necessário cotejo analítico com situações concretas ou fatos determinados capazes de justificarem o manejo do instrumento da contracautela”, disse a ministra Rosa Weber em sua decisão. Ela afirmou que o TCE buscou uma validação jurídica do processo.

“A pretensão do requerente, nos termos em que deduzida, confunde-se com uma verdadeira consulta teórica quanto aos limites e à extensão do poder de cautela titularizado pelos Tribunais de Contas”, falou a ministra.

Ministra Rosa Weber

A Ponte de Guaratuba estava na fase de projetos e licenciamento ambiental. As sondagens subaquáticas na Baía de Guaratuba e as sondagens em solo foram feitas e os técnicos estavam trabalhando para definir o melhor plano funcional da obra para a execução.  O valor total do projeto é de R$ 386,9 milhões, com a perspectiva de ser entregue até o fim de 2025.

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