| Foto: Alexandre Mazzo/Arquivo/Gazeta do Povo
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A chuva de janeiro permitiu o fim do racionamento de água na grande Curitiba após quase dois anos, mas ainda não foi suficiente para eliminar completamente o impacto da estiagem no interior do Paraná e parte de Colombo, na Região Metropolitana. Lembrando que o estado segue em emergência hídrica, já que o sexto decreto ao longo de pouco mais de dois anos da pior seca em 100 anos tem vigência até o fim de março.

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Nesta quarta-feira (2), os municípios de Dois Vizinhos e Nova Prata do Iguaçu, na Região Sudoeste, além de aproximadamente 20% da população de Colombo, segundo maior município da RMC, seguiam com o abastecimento por rodízio nos bairros.

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No Sudoeste, o quadro ainda pode se agravar em outras cidades, aponta a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar). Outras sete cidades da região estão em alerta: Nova Esperança do Sudoeste, Capanema, Planalto, Salto do Lontra, Matelândia, Nova Laranjeiras e Palmital. Nessas cidades, as fontes de captação estão em níveis críticos.

Captação em rios e poços x barragens

Mas por que os moradores dessas cidades ainda sofrem com cortes no abastecimento? A resposta é a forma de captação de água, cujas fontes levam mais tempo para ser recuperar quando chove

"Atualmente, o sistema de abastecimento com barragens é viável apenas em Curitiba e Região Metropolitana. Nas outras regiões, a captação é feita diretamente dos mananciais e poços", explica a Sanepar.

Em Dois Vizinhos, por exemplo, a estiagem reduziu em mais de 40% o volume do Rio Girau Alto e dos poços que abastecem a cidade. Em Nova Prata do Iguaçu o impacto foi ainda maior: redução de 70% na vazão dos rios Santa Cruz e Cotegipe. Já a parte de Colombo que segue no rodízio recebe água de poços do Aquífero Karst, que estão operando com apenas 64% da condição normal.

A Sanepar explica que assim como a chuva enche as represas, também normaliza a vazão dos mananciais. Justamente o que ocorreu na Região Norte do estado neste início do ano, após o agravamento da seca em dezembro. Porém, no caso dos rios e poços artesianos, a reposição é mais lenta, já que a água tem um caminho mais longo a percorrer.

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A companhia aponta ainda que nessas regiões não há fontes alternativas de captação de água para situações emergenciais. A água acumulada em cavas e pedreiras de mineradoras desativadas, por exemplo, socorreram o abastecimento em Curitiba e RMC nos dois últimos anos da crise hídrica. O mesmo aconteceu no Oeste, onde a Sanepar teve de fazer captação no lago no parque municipal de Cascavel ano passado para que a maior cidade da região não ficasse sem água.

Para tentar aliviar o efeito da seca nesses municípios, a companhia de saneamento garante que já vem perfurando e planejando novos poços. "A Sanepar perfurou novos poços ou está fazendo estudos para isso nos locais onde houve redução da vazão de água subterrânea", informa a companhia.