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Sala de controle central da Copel Telecom em Curitiba
Sala de controle central da Copel Telecom em Curitiba| Foto: Albari Rosa/Arquivo/Gazeta do Povo

Nesta segunda-feira (9), a última telecom estatal em atuação no Brasil vai a leilão na B3 – a bolsa de valores oficial do país. Com valor mínimo de R$ 1,4 bilhão, a privatização da Copel Telecom, empresa que hoje pertence à empresa paranaense de energia Copel, deverá atrair grandes players do país. De acordo com sua controladora, a decisão pela venda levou em conta a necessidade de investimentos elevados para manter a rede de fibra ótica competitiva e a estratégia da própria Copel de focar em seu principal negócio: energia elétrica.

VEJA COMO FOI A VENDA DA COPEL TELECOM

Fundada em 1998, a Copel Telecom chegou a dominar 67% das telecomunicações via fibra ótica no estado, onde atua com exclusividade. Nos últimos anos, porém, a competição se acirrou e a empresa viu seu domínio cair – embora ainda tenha 21,9% da fatia do mercado e esteja bem à frente da Vivo, segunda colocada, com 12%. Essa aproximação dos concorrentes é um dos fatores para a venda, aponta a companhia.

De 2009 a 2018, segundo números da companhia, houve necessidade de R$ 1,26 bilhão em investimento. Com o acirramento da concorrência, a limitação na capacidade de investimento da estatal dificulta a manutenção da empresa em bom posicionamento no mercado. “Esse negócio virou um negócio para capital intensivo, para escala, para serviços multiplataformas, de alta concorrência, num ambiente hostil para uma empresa estatal. Tanto que a Copel é a última estatal de telecomunicações do Brasil a ser privatizada”, disse o presidente da Copel, Daniel Pimentel Slaviero, em entrevista à Gazeta do Povo, em setembro.

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Apesar disso, a telecom tem mantido bons números. Em 2019, a receita líquida da empresa foi de R$ 410 milhões – como comparativo, em 2016, esse valor era de R$ 323 milhões. No primeiro trimestre deste ano, impulsionada pela demanda de conectividade causada pela pandemia, os resultados parciais indicam alta no desempenho financeiro: somente no primeiro trimestre desse ano, a receita foi de R$ 392 milhões.

Timing perfeito para a privatização

A privatização da Copel Telecom em um ano atípico, em que a pandemia freou muitos negócios, gerou críticas à Copel. Segundo vozes contrárias à negociação, o governo estaria “acelerando” o processo. Slaviero, ainda na entrevista de setembro, defendeu o cronograma classificando o momento como “oportuno”. “A pandemia mostrou-se como uma oportunidade ainda maior para esse tipo de ativo. Depois de máscara e álcool em gel, uma das coisas que mais se procurou nesta pandemia foi a estrutura de transmissão de dados. As pessoas só conseguiram trabalhar remotamente, de casa, evitando exposição ao vírus, por conta dessa estrutura. A pandemia mostrou que a infraestrutura da distribuição de dados é muito estratégica”, disse.

“Além disso, temos uma liquidez de mercado, com juros a 2% ao ano, com o mercado financeiro tendo uma retomada mais rápida que a economia em si. E, por fim, temos que a estrutura de banda larga será muito importante para quando chegar a tecnologia 5G. Com o leilão do 5G no primeiro semestre do ano que vem, quem tiver uma base como a da Copel Telecom vai estar muito bem posicionado para ser um player do 5G e oferecer telefonia”, apontou.

O que está em jogo na privatização da Copel Telecom

De acordo com o presidente da subsidiária, Wendell Oliveira, em evento em agosto deste ano, o contrato envolve mais de 36 mil quilômetros de cabeamento de fibra óptica, que, em geral, fornece internet de mais qualidade e com mais estabilidade de sinal. Segundo ele, a rede se estende por todos os 399 municípios do estado e está em perfeito estado.

O presidente indicou que há um mercado potencial de um milhão de clientes para quem arrematar a telecom. Atualmente, a empresa tem 200 mil clientes – todos esses contratos serão repassados à nova controladora. A área de atuação da empresa, no entanto, está limitada ao Paraná, já que não existe a previsão de a telecom expandir suas redes para outros estados. Para Oliveira, o negócio deve atrair compradores interessados em atuar em um mercado de alta tecnologia. “[Entendemos que a Copel Telecom será] O melhor parceiro para companhia de telefonia móvel que atuar no 5G”.

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