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Entre 2013 e 2023, a produção saltou de 252,3 milhões de dúzias para 434,1 milhões de dúzias de ovos no Paraná.
Entre 2013 e 2023, a produção saltou de 252,3 milhões de dúzias para 434,1 milhões de dúzias de ovos no Paraná.| Foto: Rodrigo Felix Leal/Agência de Notícias do Paraná

A produção de ovos no estado do Paraná saltou de 252,3 milhões de dúzias para 434,1 milhões de dúzias entre 2013 e 2023, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O valor representa um crescimento de 72% na última década, somando-se ovos para consumo e ovos incubados para criação de frangos de corte.

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O crescimento fez o Paraná assumir o posto de segundo maior produtor de ovos do Brasil, ultrapassando Minas Gerais. São Paulo liderava a produção com 819,1 milhões em 2013, quando o estado mineiro aparecia em segundo lugar, com 277,4 milhões. Dez anos depois, Minas produziu 372 milhões de dúzias de ovos e São Paulo continua liderando, com produção de 1,1 bilhão de dúzias. O país fechou o último ano com 4,2 bilhões de dúzias de ovos.

"O Paraná é o maior produtor de frango de corte. Todo dia, nascem ovos para a produção de frangos.  Então, nesses 10 anos, realmente teve um crescimento fantástico”, comenta o presidente da Associação Paranaense de Avicultura (Apavi), Tohoru Furukawa.

Paraná produziu 242,9 milhões de dúzias de ovos para incubação  

O Paraná lidera a produção de frangos no país, condição propícia e atrelada aos ovos para incubação: no ano passado foram 242,9 milhões de dúzias. “A produção dos ovos férteis tem acompanhado a produção do frango de corte. O Paraná é o primeiro produtor nacional de frango de corte e vem expandindo a produção. Em ovos férteis, algumas empresas investiram bastante e aumentaram a produção. Temos polos importantes no oeste do estado, como Cascavel”, explica Fábio Mezzadri, técnico do Departamento Técnico e Econômico do sistema composto composto pela Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Paraná (Senar-PR) e pelos sindicatos rurais.

Entre as empresas mencionadas está a Cooperativa Lar, que investiu R$ 80 milhões na expansão da incubadora de ovos instalada em Itaipulândia (PR). A estratégia aumentou a capacidade de 8,3 milhões para 20,1 milhões de ovos por mês. “Com isso, a cooperativa tem o maior incubatório da América Latina. Há tecnologia moderna holandesa e belga, com processos de alto grau de automação. Isso garante para nós pintainhos de alta qualidade”, afirma o superintendente de suprimentos e alimentos da cooperativa, Jair Meyer.

Além da sede em Itaipulândia, a cooperativa tem uma incubadora em Santa Helena (PR), com capacidade de 16 milhões de ovos por mês. “Temos 36,1 milhões de capacidade de incubar ovos férteis. Quando a gente incuba esse valor, nós temos 95% de autossuficiência dos nossos pintainhos”, destaca Meyer.

“O ovo deixou de ser o vilão”, diz presidente da Apavi  

Em 2023, os ovos para consumo no Paraná totalizaram 191,2 milhões de dúzias, correspondendo a 5,6% do mercado nacional. O presidente da Apavi, aponta que um dos fatores para o crescimento da produção é o maior consumo. "O consumo brasileiro de ovos aumentou bastante. O ovo deixou de ser o vilão, que que tinha colesterol e acabou cientificamente comprovado que é benefício para o corpo humano”, defende Furukawa.

O ovo é fonte de vitaminas A, D, E, K e do complexo B, além de ser rico em minerais como o ferro. O presidente da Apavi destaca que houve uma alta no consumo entre as pessoas que buscam uma alimentação mais saudável por conta da versatilidade do alimento. “O ovo é aquele produto igual bombril, tem 1.001 utilidades. Serve para nutrição, bolo, doces: em tudo que você pensar, o ovo está presente”, reitera.

Em períodos como a quaresma, período de 40 dias que antecede a Páscoa, a procura pelo produto aumenta. “Muitos consumidores procuram por questões religiosas e não consomem a carne. Com isso, o ovo é uma proteína alternativa”, comenta Fábio Mezzadri, da Faep/Senar. “Outro fator (que impulsiona a procura por ovos) é quando sobe o preço da carne vermelha ou da carne de frango. O pessoal começa a buscar outra proteína”, acrescenta ele.

Industrialização é fator-chave para desenvolver o setor

O Paraná ainda está longe de ser o principal produtor de ovos nacional, evidencia o presidente da Apavi, porque São Paulo tem vantagem de localização, fazendo com que muitas organizações escolham o estado vizinho. São Paulo detém uma quantidade expressiva acima do Paraná (1,1 bilhão de dúzias de ovos, em 2023).

Outro ponto elencado por Furukawa é a falta de industrialização na produção de ovos, não somente no Paraná. “Precisamos montar a pasteurização de ovos no Paraná. Isso vai ser um diferencial para exportarmos, pois o ovo tem um prazo de consumo. Industrializando, pode durar mais tempo. O Brasil industrializa somente 8% da produção. Estados Unidos industrializa 34%”, compara ele.

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