Governador Carlos Massa Ratinho Jr durante reunião com representantes da Socipar| Foto: José Fernando Ogura/AEN
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O governo do Paraná e a Itaipu Binacional deram um novo passo para que uma nova ponte entre Mato Grosso do Sul e Paraná esteja mais perto de sair do papel. A ligação rodoviária entre São Pedro do Paraná (PR) e Porto São João (MS) sobre o Rio Paraná poderia cortar 130 km do caminho de escoamento de produção agrícola que vem do Mato Grosso Sul para o Porto de Paranaguá.

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Hoje, caminhões do Mato Grosso do Sul em direção ao Paraná precisam passar pela barragem Primavera, entrar no estado de São Paulo, atravessar a barragem de Rosana para, aí sim, entrar no Paraná via Nova Londrina e acessar a BR-376. Esse caminho, com duas barragens, tem trânsito lento e restrição de peso de caminhões.

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Nesta segunda-feira (31), o governo paranaense decidiu atuar mais próximo desse projeto e apoiar um novo levantamento sobre tráfego de veículos entre Paranavaí e Nova Londrina, para que a duplicação do trecho seja justificada (o ponto é aliviar o tráfego daquela região).

De acordo com a Socipar (Sociedade Civil Organizada do Paraná), grupo que encabeça a proposta, a referência de tráfego que o Tribunal de Contas da União (TCU) tem está, no mínimo, duas vezes menor do que a realidade.

Mais um apoio deve vir da Itaipu Binacional, que pode disponibilizar R$ 3 milhões para realizar Estudos de Viabilidade Técnica, Econômica Ambiental (EVTEA) da nova ponte. Em resposta à Gazeta do Povo, a Itaipu pontuou que a aprovação do financiamento do estudo de viabilidade ainda está tramitando internamente. E que a formalização só acontecerá após essa aprovação, sem data prevista para acontecer. A construção da ponte tem custo previsto de R$350 milhões e esse investimento terá que vir de recursos federais.

O projeto está sendo discutido há mais de 4 anos. Quem protagoniza as negociações para viabilização da ponte é a Socipar, que envolve cerca de 200 lideranças, entre a classe política, a sociedade civil, grandes empresários e ministros. “Isso serve de exemplo. A administração pública tem que ser compartilhada com a sociedade, tem que ouvir a sociedade”, disse o presidente Demerval Silvestre. “A ponte vai mudar o perfil político da nossa região”.

Envolvido com o projeto, o deputado Luiz Claudio Romanelli (PSB) levou a discussão para a Assembleia Legislativa do Paraná. Em entrevista à Gazeta do Povo, ele falou sobre a estratégia da nova ponte na fronteira com o MS. “É muito importante para a região Noroeste, principalmente para o extremo Noroeste do estado. É a principal fronteira com o Mato Grosso do Sul. É uma região de expansão do turismo, do agronegócio e da diversificação.”

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O técnico de infraestrutura da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Nilson Hanke Camargo, destacou que o encurtamento das distâncias reduz o frete. “Os dois estados têm a economia baseada no agronegócio. Para os insumos como fertilizantes que vão do Paraná para o Mato Grosso do Sul, por exemplo, o custo do transporte vai ser menor”.

Para o gerente de Assuntos Estratégicos da Fiep, João Arthur Mohr, existe uma grande vantagem para a agroindústria com essa construção. “Essa ponte vai favorecer a logística local e diminuir o custo do agronegócio como um todo. Muito da safra do Mato Grosso do Sul vem para o Noroeste do Paraná e é industrializada lá”.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]

Duplicação da BR-376 está incluída em projeto da ponte

A ligação entre os municípios faz parte de um projeto ainda maior, que inclui a duplicação da BR-376.  Pela importância no setor, a estrada está sendo chamada de Rodovia do Agronegócio Brasileiro. Toda a obra pode custar até 850 milhões de reais.

As melhorias na BR-376 também podem incentivar o turismo da região. Mato Grosso do Sul está a três horas e meia dos balneários de água doce do Paraná. O município de Porto Rico, por exemplo, conta com aproximadamente 28 km de margem do Rio Paraná.

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Pontes sobre o Rio Paraná

Outras três pontes já foram construídas sobre o Rio Paraná. A Ponte da Amizade liga a cidade de Foz do Iguaçu no Brasil e Ciudad del Este no Paraguai e foi construída nas décadas de 1950 e 1960. A ponte Hélio Serejo interliga os estados de Mato Grosso do Sul e São Paulo e foi concluída em 1964. Em 1998 foi inaugurada a  Ponte Rodoferroviária Rollemberg-Vuolo, que também une São Paulo e Mato Grosso do Sul.