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Pesquisa usa matemática para verificar qualidade da água com baixo custo
Estudo feito nas bacias dos rios Palmital e Piraquara é baseado em modelo matemático que permite reduzir custos e ampliar rede de monitoramento| Foto: Divulgação/PUCPR

Uma pesquisa conduzida por professores da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) abre caminho para que gestores públicos reduzam custos no monitoramento de qualidade da água e dessa forma ampliem mecanismos de controle no setor. Um artigo com as conclusões do estudo foi publicado em fevereiro no periódico inglês Urban Water Journal, referência na área.

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Fabio Teodoro de Souza, professor do Programa de Pós-Graduação em Gestão Urbana (PPGTU) da PUCPR e um dos pesquisadores que coordenaram o trabalho, conta que foram escolhidas duas bacias da região metropolitana de Curitiba, dos rios Palmital e Piraquara. A primeira, por estar em área mais urbanizada, sofre com a deterioração – tanto que deixou de fazer parte da rede de abastecimento pela má qualidade da água. A segunda, localizada em área de proteção ambiental (APA) e um dos principais mananciais da região, apresenta qualidade estável.

Os pesquisadores compilaram um histórico de 11 anos de monitoramento dessas duas bacias. Uma resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) determina que o monitoramento das águas deve ser realizado bimestralmente, mas, segundo Souza, os custos para cumprir a norma dificultam que seja atendida integralmente.

Esse trabalho pode ser simplificado com um modelo matemático desenvolvido pelos pesquisadores, em que é feita uma medição mais simples para estimar dados mais complexos. “Procuramos, a partir de variáveis mais simples, como oxigenação e pH, que podem ser lidos com sonda, e de dados do histórico, atingir variáveis mais complexas, que normalmente são obtidas com análises que levam mais tempo, com mão de obra especializada e equipamentos sofisticados”, descreve o professor. A confiança ficou, em todos os modelos, acima de 90%; em 60% deles, foi de 100%.

“Com isso, o poder público pode aumentar a rede de monitoramento e identificar regiões mais críticas, descobrir de onde vem a poluição e buscar soluções”, argumenta Souza. O docente relata que, após a publicação do artigo, a ideia dos pesquisadores é mostrar o estudo para companhias de abastecimento e saneamento e instituições ambientais das esferas federal, estadual e municipal nos próximos meses como solução para melhoria do saneamento e consequentemente da gestão urbana.

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