Com a aprovação da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) do registro definitivo da vacina da Pfizer nesta terça-feira (23), o governo do Paraná agora cogita ir ao mercado atrás de vacinas da Covid-19. Até então, apenas as vacinas Coronavac e Oxford/Astrazeneca tinham registro emergencial na Anvisa, o que permitia o uso restrito dessas doses dentro do Plano Nacional de Imunização do Ministério da Saúde.
A aprovação definitiva abre a possibilidade não só de estados e municípios, mas também de clínicas particulares comprarem doses.
As principais notícias do Paraná pelo WhatsApp
“Sem dúvida, temos essa possibilidade [de comprar doses]. Hoje acompanhei o presidente do Senado dizendo que vai fazer estudo para mudar a legislação brasileira”, comentou o governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) em entrevista ao jornal Bom Dia Paraná, da RPC TV, nesta terça-feira (23).
O governador se referia à afirmação do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) de que será elaborado um projeto de lei para autorizar União, estados e municípios a assumirem os riscos da compra de vacina. As doses da Pfizer, por exemplo, não foram adquiridas pelo Ministério da Saúde sob a alegação de que o laboratório americano exige se isentar de possíveis efeitos colaterais na aplicação do imunizante e que só aceitaria ser processado em tribunais dos Estados Unidos.
Ratinho Junior, agora, muda em parte a crítica que o governo do estado fez no início do ano em relação à compra de doses por parte de estados e municípios fora do sistema do Ministério da Saúde. O governador segue confiando no Plano Nacional de Imunização, mas pode abrir brecha para negociação direta com laboratórios. Para isso, o Paraná conta com um fundo emergencial da pandemia de R$ 200 milhões.
“Existe a necessidade de busca de fornecedores que possam atender os estados brasileiros. Mas nós vamos fazer nossa parte”, garantiu Ratinho Junior sobre a possibilidade de aquisição de vacina de Covid-19.
Em dezembro de 2020, o governador do Paraná revelou que chegou a ter uma conversa a Pfizer antes mesmo de o laboratório oferecer doses ao Ministério da Saúde. A reunião foi em outubro com o executivo do laboratório na América do Sul, mas a conversa não deu em nada.
Corrida por vacina já mobiliza estados e municípios
Se realmente decidir comprar doses diretamente com os laboratórios, o governo do Paraná vai entrar atrasado nas negociações, atrás de estados e municípios que já estão com contato com as fabricantes na fila da aquisição há meses
É o caso da Bahia, que desde setembro de 2020 negocia a compra de 50 milhões de doses da Sputnik V. A vacina russa é a mesma a qual o governo do Paraná chegou a fechar acordo para fase final de testes e produção no Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), mas cujo acertou naufragou sem maiores explicações.
Já a prefeitura de Curitiba vem mantendo contato com laboratórios desde dezembro. Atualmente, as negociações da capital são com três fornecedores: Instituto Butantan para aquisição da chinesa Coronavac; com a Johnson & Johnson, laboratório americano que fez a última fase de testes no Paraná da vacina Janssen-Ciliag; e com a Bharat Biotech, farmacêutica indiana que deve iniciar em março testes da vacina Covaxin no Hospital Albert Einstein, em São Paulo.
Incumbido pelo prefeito Rafael Greca de negociar a compra de vacinas, o secretário municipal de Planejamento, Finanças e Orçamento, Vitor Puppi, disse à Gazeta do Povo no dia 11 de fevereiro que mesmo sem perspectiva alguma de aquisição neste momento, já que as doses emergenciais só podem ser fornecidas ao Ministério da Saúde, a prefeitura mantém contato toda semana com os três laboratórios.
“Esse quadro de negociação exclusiva dos laboratórios com o governo federal pode mudar a qualquer momento. Por isso, temos feito esse esforço de manter contato constante. O objetivo é mostrar a esses laboratórios que o município tem recurso para comprar as vacinas assim que for possível”, explicou o secretário municipal.
-
Afastar garantias individuais em decisões sigilosas é próprio de regimes autoritários
-
Censura clandestina praticada pelo TSE, se confirmada, é motivo para impeachment
-
“Ações censórias e abusivas da Suprema Corte devem chegar ao conhecimento da sociedade”, defendem especialistas
-
Brasil e Argentina: como andam as relações entre os dois países?
Reintegrado após afastamento, juiz da Lava Jato é alvo de nova denúncia no CNJ
Decisão de Moraes derrubou contas de deputado por banner de palestra com ministros do STF
Petrobras retoma fábrica de fertilizantes no Paraná
Alep aprova acordos para membros do MP que cometerem infrações de “menor gravidade”
Deixe sua opinião