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Pioneira na produção de porcelanas no Brasil, Schmidt é referência em produtos de mesa
Pioneira na produção de porcelanas no Brasil, Schmidt é referência em produtos de mesa| Foto: Gabriele Bonat/Gazeta do Povo

Da areia de quartzo, que sai dos minérios, até chegar na indústria de porcelana, a xícara, o prato ou o vaso passa por diversos processos. É a partir da massa que envolve argila, areia de quartzo ou caulim que o produto chega às máquinas de moldes. Ainda “cru”, o molde passa pelas mãos de trabalhadores que carimbam a marca da empresa em cada item da produção de louças, que então vai para fornos que ultrapassam 1.000 °C.

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O processo é trabalhoso e somente essa passagem de queima pode demorar mais de 36 horas. Se a louça for decorada, pode incluir mais tempo, fornos e mão de obra humana para o acabamento peça a peça: o detalhamento de pintura dos cantos é feito à mão. Essa é a rotina dos trabalhadores que atuam no ramo de louças em Campo Largo (PR).

Localizado na Região Metropolitana de Curitiba, o município de pouco mais de 130 mil habitantes virou polo de louças por abrigar 20 indústrias do setor, com empresas consolidadas que produzem juntas mais de 2 milhões de peças por mês. A riqueza da matéria-prima na região atraiu diversos empreendimentos, que oferecem variedade e preços acessíveis.

Campo Largo tem o título de capital nacional das louças. O reconhecimento é do ano de 2010. “Primeiro veio a Schmidt, depois a Germer, e funcionários que foram saindo e montando outras empresas. Havia uma facilidade de estar perto das jazidas de extração. Hoje tem outras matérias-primas mais nobres que vêm de outras regiões também, mas tem uma facilidade logística maior”, diz Fabio Germano, presidente do Sindicato das Indústrias de Vidros, Cristais, Espelhos, Cerâmicas de Louça e Porcelana, Pisos e Revestimentos Cerâmicos do Paraná.

Pioneira na produção de porcelanas no Brasil, Schmidt é referência em produtos de mesa  

Consolidada no mercado, a empresa Schmidt está há 78 anos atuando com porcelana. O empreendimento começou com Frederico Schmidt. “Ele foi para a Alemanha aprender a fazer salsicha e voltou sabendo fazer porcelana”, conta Roberto Lange, superintendente de produção da empresa.

O sonho de Frederico era trabalhar com porcelana, iniciativa que começou em São Paulo. “Ele foi a primeira pessoa a fazer porcelana no Brasil”, afirma Lange. Na década de 1940, a Schmidt abriu uma fábrica em Pomerode (SC). “Os fornos vinham da Alemanha e, como Pomerode tem colonização alemã, alguns pastores tinham influência naquele país e a fábrica tinha que ser em Pomerode”, conta Lange. Em 1978, o pioneiro foi atraído para a riqueza de matéria-prima do município paranaense. “Algumas matérias-primas que entram na composição da massa, como a areia de quartzo, são abundantes aqui (em Campo Largo)”.

Por conta do crescimento em Campo Largo, em 2010 a empresa fechou a fábrica em Mauá e concentrou a produção das porcelanas no município paranaense. Atualmente, a fábrica de Pomerode produz somente insumos para a Schmidt.

“A Schmidt sempre se importou com a qualidade e a durabilidade das peças. A porcelana é resistente, dura e não precisa comparar com outras empresas, mas comparar com as histórias. Hoje, você vê famílias que têm uma peça da Schmidt há 50 anos”, diz, orgulhoso.

  • Fábrica Schmidt, em Campo Largo (PR).
  • Fábrica Schmidt, em Campo Largo (PR).
  • Fábrica Schmidt, em Campo Largo (PR).
  • Fábrica Schmidt, em Campo Largo (PR).
  • Fábrica Schmidt, em Campo Largo (PR).
  • Fábrica Schmidt, em Campo Largo (PR).
  • Fábrica Schmidt, em Campo Largo (PR).

Porcelana é mais resistente do que cerâmica  

A porcelana é um tipo de cerâmica, porém mais nobre. A diferença entre elas é a composição e o tipo de queima. A porcelana precisa de uma composição mais nobre e a temperatura do forno é mais alta. A resistência também é maior de uma peça de porcelana, pois não há porosidade, fazendo que com o item tenha durabilidade maior. Essa é uma característica que hotéis e restaurantes buscam. Segundo o presidente do Sindilouças Paraná, Campo Largo produz de 70% a 75% louças técnicas, que são itens para hotéis e restaurantes.

A empresa Schmidt fabrica mensalmente 1,15 milhão de peças de porcelana. Em torno de 8% vai para exportação, em países como Estados Unidos, Argentina e Chile.

Confira a produção de uma porcelana na fábrica Schmidt, em Campo Largo (PR):

Com 500 funcionários, Germer produz 1 milhão de peças por mês 

Com 70 anos de existência, a Germer é outra das maiores fábricas de louças de Campo Largo (PR). A matriz do empreendimento está localizada em Timbó (SC). Em 1978, Frederico Germer comprou a Porcelanas Polovi, que pertencia à Schmidt, e desde então a empresa está presente em Campo Largo.

“Produzimos mais de 1 milhão de peças por mês e temos 500 funcionários somente em Campo Largo”, diz o diretor presidente da Germer, Antônio Jurandir Girardi. O grupo tem 6 empresas que empregam mais de mil funcionários. A atração pela cidade foi, novamente, por causa da matéria-prima. “[Frederico Germer] viu que tinha muita matéria-prima, começou a ver as fábricas de cerâmica e se entusiasmou. A matéria era abundante na época e resolveu comprar a empresa [Polovi]”, afirma o diretor presidente da Germer.

A Germer exporta 10% da produção total, principalmente para a América do Sul. Segundo Girardi, o segmento de louças foi muito afetado pela pandemia da covid-19, conseguiu se recuperar, mas ainda enfrenta percalços devido à economia atual. Mas a expectativa é boa. “Se resistimos até agora, daqui para frente certamente será melhor”, projeta ele.

  • Fábrica Germer
  • Fábrica Germer

Empresa catarinense de louças quer ampliar vendas internacionais em 24% 

A Oxford é uma das maiores fabricantes de louças e cerâmicas. A matriz da empresa está localizada em São Bento do Sul (SC), com presença de mais de 10 mil pontos em todos os estados do Brasil. Além de São Bento do Sul (SC), a Oxford tem fábricas em Pomerode (SC) e São Mateus (ES).

A produção mensal da empresa é de 8,5 milhões de unidades. Em 2022, a fabricação total atingiu 90 milhões de peças, entre louças e cristais, em todas as unidades.

Com presença em mais de 60 países, o objetivo da Oxford é ampliar as vendas internacionais. “Para este ano, a empresa quer ampliar as vendas internacionais em 24% e alcançar US$ 14 milhões em faturamento com as exportações”, ressalta Irineu Weihermann, diretor superintendente da Oxford.

Segundo a Oxford, 7% dos clientes da empresa estão no território paranaense. “É uma presença significativa. Ela se dá em lojas de departamentos, lojas especializadas, home centers e hipermercados”.

Nas últimas décadas, a Oxford vem investindo em tecnologia para melhorar a queima e implantar novos processos na fábrica. “Uma equipe de desenvolvimento e pesquisa busca soluções exclusivas para dar eficiência aos processos. A sustentabilidade é um dos destaques, com a utilização de gás natural nos fornos”, complementa Weihermann.

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