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Servidores públicos em greve em tenda em frente ao Palácio Iguaçu
Representantes dos servidores se reúnem em tenda montada em frente ao Palácio Iguaçu, em Curitiba, no segundo dia de greve| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

O comando estadual da greve dos servidores públicos estaduais decidiu na manhã desta quarta-feira (26) que manterá a paralisação por tempo indeterminado em protesto por reajuste salarial. A decisão rejeita o pedido feito pelo governo de Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) de suspensão do movimento por uma semana para retomada do diálogo entre as partes.

Segundo Marlei Fernandes, coordenadora do Fórum das Entidades Sindicais (FES), os servidores encaminharão ainda nesta quarta um ofício ao Palácio Iguaçu um pedido de nova reunião com o governo do estado. Além disso, um ato público foi marcado para a próxima terça-feira (2), com caminhada pelas ruas do Centro e do Centro Cívico de Curitiba.

O FES, que reúne diversas categorias do funcionalismo estadual, afirma que uma audiência de negociação prevista para as 11 horas desta quarta teria sido cancelada pelo governo sem que fosse informado o motivo. A administração estadual, no entanto, nega que qualquer compromisso estivesse agendado.

De acordo com a assessoria de imprensa do governo do estado, o que existia era um pedido, encaminhado a um assessor, para que lideranças dos servidores fossem recebidas, porém a decisão do governo é de que haverá diálogo apenas caso a greve seja suspensa.

"A greve elimina qualquer tipo de diálogo", resume o deputado Hussein Bakri (PSD), líder do governo na Assembleia.

Segundo a coordenadora do FES, neste segundo dia de greve, a adesão dos servidores das diversas categorias chega a 60% em todo o estado. A APP-Sindicato, que representa os professores e servidores da educação, diz que 85% das escolas do estado foram atingidas pela greve, total ou parcialmente.

Já a Secretaria de Estado da Educação e do Esporte (Seed) informou nesta manhã que registrou adesão em 32,2% das 2.143 escolas estaduais do Paraná, sendo total em 1,2% e parcial em 31% da instituições. O total é ligeiramente superior ao contabilizado no primeiro dia, quando 29,4% das escolas foram impactadas por adesão parcial ou total de funcionários à greve.

O que está em jogo

Os servidores pedem um reajuste de ao menos 4,94%, referente à reposição das perdas do último ano, e alegam que já acumulam perdas de mais de 17% desde 2016, quando foi dado o último aumento.

O governo afirma não ter condições de dar a reposição sob o risco de desequilibrar as contas do estado. “Estamos fazendo esforços, cortando mordomias para construir um projeto que permita, daqui a alguns meses ou no ano que vem, dar reajuste aos funcionários”, disse Ratinho Junior em entrevista coletiva em Londrina, na última quinta-feira (20). “Minha função como governador é cuidar do equilíbrio e garantir a saúde financeira ao Estado.”

Além de servidores da educação, aderiram à paralisação servidores da agricultura e do meio ambiente, agentes penitenciários, peritos, docentes e técnicos das universidades estaduais de Ponta Grossa (UEPG), Londrina (UEL), Maringá (UEM) e Centro-Oeste (Unicentro), entre outros.

Representantes de entidades de policiais civis e militares dão apoio ao movimento movimento, embora não tenham paralisado as atividades.

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