Videos das câmeras de monitoramento da BR-376, na região de Guaratuba, Litoral do Paraná, estrada em que ocorreu o grave acidente com um ônibus de turismo na segunda-feira (25), mostram o motorista passando direto por uma área de escape antes de bater em uma mureta de proteção e tombar para fora da pista. O acidente resultou em 19 mortes e 31 feridos.
Em depoimento para a Polícia Civil, o motorista havia relatado que percebeu problema no freio do ônibus e que teria tentado usar a área de escape, mas não conseguiu por causa de um caminhão. Por isso, bateu na mureta e caiu no barranco. No vídeo, não é possível perceber uma tentativa de saída para a área de escape.
Após o acidente, o motorista foi encaminhado para a Delegacia de Guaratuba, onde prestou as primeiras informações. Ainda no período da tarde de segunda-feira, a Delegacia de Delitos de Trânsito de Curitiba, a Dedetran, assumiu a investigação. Com o depoimento do motorista, a Dedetran iniciou as conversas com quem presenciou a viagem ou mesmo auxiliou nas buscas.
O delegado Edgar Dias Santana conversou com três passageiros (um menor de idade e dois adultos), que afirmaram que o motorista estava sendo imprudente ao acelerar o ônibus de maneira perigosa em um trecho com curvas.
Dezenove pessoas morreram no local, sendo 13 adultos, 5 adolescentes e uma criança. Todos os corpos já foram encaminhados ao Instituto Médico-Legal (IML) de Curitiba e irão chegar no estado do Pará nesta quarta-feira (27). O ônibus saiu de Ananindeua (PA) com destino a Balneário Camboriú (SC) e São José (SC) com 53 passageiros e dois motoristas.
A velocidade que o ônibus seguia pela BR-376 ainda não foi divulgada pela Polícia Civil. O tacógrafo, dispositivo que monitora o tempo de uso, distância percorrida e a velocidade do veículo, foi apreendido pelo Instituto de Criminalística do Paraná. O resultado da análise deve sair nos próximos dias e será determinante para apontar possíveis irregularidades.
“Não dá para precisar ainda a velocidade que trafegava antes e na hora do acidente. O tacógrafo foi apreendido e será analisado pelo Instituto de Criminalística. Nós temos prazo de 30 dias para concluir o inquérito policial, mas que pode ser prorrogado por mais 30 dias devido a quantidade de pessoas que serão ouvidas”, relatou Edgar Dias Santana, em entrevista à Tribuna.
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