Ratinho Junior (PSD) foi o primeiro a falar com membros da Fiep| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Os quatro principais candidatos ao governo do Paraná receberam na manhã desta terça-feira (18) um documento com 108 propostas para o desenvolvimento da indústria paranaense. O encontro, promovido pela Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), reuniu a diretoria da entidade, presidentes de sindicatos patronais e empresários do setor produtivo.

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De acordo com o presidente da Fiep, Edson Campagnolo, a ideia do Master Plan é incentivar a competitividade da indústria local a partir de 12 fatores-chave que influenciam a organização das indústrias. Um documento similar foi entregue pela entidade aos presidenciáveis em 2014. “Nada do que foi sugerido aconteceu, a amostra disso é o caos brasileiro em relação a planejamento. A esperança é que esse documento oriente a política dos candidatos”, comentou Campagnolo.

Conheça os 12 fatores-chave apontados pela Fiep

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O plano contém desafios e ações prioritárias para áreas de educação, meio ambiente, financiamento produtivo, infraestrutura, tributação, política econômica, gestão pública, mercados e inovação. Os principais tópicos são excelência em ensino público, parcerias público-privadas, programas de retenção de talentos, incentivos fiscais a projetos sociais, atração de investimentos internacionais, revisão da política de cotas de contratação de trabalhadores, reajuste do salário mínimo regional em compatibilidade com o cenário econômico, simplificação de abertura de empresas, ajuste das contas públicas, programa de transparência e desburocratização.

Ratinho Junior defende planejamento de longo prazo

Ratinho Jr. (PSD), primeiro a falar, disse que o estado deve ser gerido como um país, com planejamento a médio e longo prazo. “Não temos até hoje um plano diretor de infraestrutura. Nosso agronegócio dobra de tamanho a cada dez anos. Não foi feita a lição de casa”, afirmou. “Também é preciso entender o que se faz de melhor para transformar essa vocação na matriz econômica. No Paraná o que fazemos de melhor é produzir alimento para o mundo.”

SAIBA MAIS: Candidatos ao governo do Paraná apresentam propostas ao setor produtivo

Ratinho também disse que o poder público não pode atrapalhar os negócios particulares. “Não é possível um estado demorar oito meses para entregar uma licença. Temos que mudar esse relacionamento com o poder produtivo”, disse. “Temos que trazer a iniciativa privada para participar do governo de maneira inteligente.” O candidato voltou a defender uma licitação internacional para o pedágio e disse que a administração do Porto de Paranaguá será destinada a uma “pessoa técnica, não política”.

“Eu sou o único candidato viável nos últimos 30 anos que não faz parte das oligarquias”, afirmou. “Também sou empresário e sei o quanto o poder público atrapalha o desenvolvimento das nossas empresas”.

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Dr. Rosinha aposta no fim do clientelismo

Dr. Rosinha (PT), segundo a falar, disse que a capacidade de investimento é limitada diante da necessidade de pagar as dívidas. “Temos R$ 2 bilhões para tudo o que precisamos no Orçamento. Esse dinheiro é alguns centímetros perto dessa demanda do Master Plan. Não há como fazer sem concessões ao setor privado e parcerias”, disse.

Dr. Rosinha (PT) ressaltou a dificuldade de investimentos com a necessidade de pagar dívidas  

“Além disso, não há credibilidade aos partidos políticos. Eleito governador, preciso encontrar aliados que não sejam no modelo toma lá, dá cá, do clientelismo. O ex-presidente Lula teve um governo republicano, programas nacionais. Pretendo trabalhar em cima de um programa construído em parceria com as universidades públicas, os setores da sociedade”, afirmou.

Rosinha também disse que quer agregar valor aos produtos rurais e ampliar a agricultura familiar, além de ter falado em transparência na gestão. O candidato do PT também se dispôs a formar grupos empresariais para discutir as políticas públicas de forma unificada. Essa foi uma das principais demandas dos empresários no momento aberto de diálogo com os candidatos.

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Rosinha também falou em planejamento de 20 ou 30 anos e em uma “empresa pública enxuta para gerir os pedágios”.

Arruda sugere troca de impostos por empregos

João Arruda (MDB), terceiro a falar, reafirmou que construiu a candidatura e o programa de governo em companhia de Osmar Dias (PDT), mas disse que foi “apunhalado no final” e é vítima desse processo. “Nós vamos reduzir o preço da energia, da água, governar para as famílias”, afirmou. Também disse que vai acabar progressivamente com a substituição tributária e aumentar os empregos com investimentos nas micro e pequenas empresas. “O setor produtivo tem que ter confiança no governo do Paraná”.

João Arruda, candidato do MDB, em reunião na Fiep  

Arruda também disse que é preciso consertar antes de investir. “As escolas não têm giz, compromissos estabelecidos com o funcionalismo não foram cumpridos. Os números do IDEB mostram que o Paraná estagnou e já foi ultrapassado por Santa Catarina. Nesse sentido quero investir em ensino técnico e vou precisar do apoio do Sesi, da Fiep e setor produtivo”, afirmou.

Arruda também disse que pretende que seu governo seja marcado pela geração de emprego e voltou a falar em “trocar impostos por empregos”. O emedebista também disse que vai repensar a fórmula de ICMS para que seja salutar ao governo estadual e também aos empresários, e voltou a dizer que vai revogar as mudanças na previdência aprovadas no 29 de abril.

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Cida fala em diálogo constante com setor produtivo

A governadora Cida Borghetti (PP) disse que quer menos burocracia e agilidade na máquina pública, e voltou a falar no combate à corrupção. “Não compactuo com nenhum tipo de corrupção. Se tiver qualquer tipo de desvio ou pede pra sair ou será demitido”, afirmou. Apesar disso, ela não citou o nome do ex-governador Beto Richa (PSDB), investigado na Operação Rádio Patrulha por suspeita de corrupção no programa Patrulha do Campo. O mesmo mote é usado em sua campanha no rádio e televisão.

Cida Borghetti (PP): candidata voltou a falar que não compactua com corrupção  

“Somente quem planeja a médio e longo prazo pode enfrentar os problemas do estado. Tive a coragem de vetar o aumento dos poderes, implantei o governo digital e já determinei internet mais acessível para os trabalhadores do campo”, afirmou. “Temos que diversificar o acesso a créditos na Fomento Paraná e ampliar o programa Paraná Competitivo (que isenta impostos de grandes empresas em troca de investimentos)”.

Borghetti também citou o aeroporto do Oeste, a segunda ponte de Foz de Iguaçu e projetos nas áreas de saúde e educação. Ela disse que pretende ouvir permanentemente o setor produtivo em um eventual segundo governo.

Saiba quais são os fatores-chave apontados pela Fiep

Educação: entidade quer respostas par a melhoria na formação dos futuros profissionais, incluindo conhecimento para o que chamam de “nova geração industrial).

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Meio-ambiente e sociedade: Fiep quer apoio ao desenvolvimento de negócios sustentáveis e que promovam qualidade de vida dos trabalhadores.

Financiamento produtivo: uma das preocupações do grupo é como atrair e reter investimentos para a indústria.

Infraestrutura: Fiep quer soluções de logística e tecnologia da informação, além de oferta de energia competitiva para a produção.

Relações de trabalho: entidade aposta na modernização das relações do trabalho.

Tributação: grupo procura soluções que simplifiquem e desonerem a carga tributária.

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Política econômica: Fiep quer que o estado atue mais fortemente na defesa da indústria local, além de contribuir para interiorizar a produção.

Política e gestão públicas: documento pede soluções para que exista uma política industrial no estado, com pacto anticorrupção e profissionalização da gestão pública.

Mercados: entidade pede soluções para a expandir a indústria local nacionalmente e internacionalmente.

Segurança jurídica e burocracia: Fipe quer “burocracia inteligente” para facilitar a vida da indústria.

Inovação: tecnologias, modelos de negócios disruptivos e ambiente inovador estão na pauta da entidade.

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Produtividade: entre outros fatores, a entidade quem que o estado apoie a indústria em busca de uma excelência na gestão industrial.