Richa abriria mão de disputar uma vaga no Senado.| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

Em entrevista concedida ao Estadão, o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), afirmou que está propenso a ficar no governo até o fim do mandato. Caso a decisão se confirme, Richa abriria mão de disputar uma vaga no Senado, já que a legislação eleitoral exige que candidatos que ocupem cargos públicos deixem o posto até o mês de abril deste ano.

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“Eu ainda não sei. Porque o melhor momento do meu governo é agora. A casa está em ordem, fizemos todo o ajuste fiscal, o equilíbrio das contas públicas, tem muito investimento acontecendo. Mas a minha tendência é continuar até o final do governo. Tenho pensado seriamente nessa hipótese”, afirmou Richa ao repórter Luiz Maklouf Carvalho.

A declaração de Richa contraria o que foi dito pelo ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP), principal articulador da campanha da esposa, Cida Borghetti (PP) – atual vice-governadora –, ao governo do Paraná. “Eu saio do ministério em abril, para concorrer à reeleição de deputado federal e para apoiar a candidatura da vice-governadora Cida Borghetti, que assumirá o governo e concorrerá à reeleição. E o nosso governador Beto Richa vai ao Senado. De todos os aliados que estão hoje no governo, eu tenho certeza de que todos nos acompanharão”, disse o ministro em entrevista concedida à Gazeta do Povo no dia 2 de janeiro.

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Apoio a Alckmin

O que Richa deixa mais claro sobre seus planos políticos é o apoio à candidatura do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), à Presidência da República. Na análise do governador, o tucano é capaz de derrotar Lula em um segundo turno.

“O Lula tem uma rejeição considerável. Numa eleição indo para o segundo turno conta-se mais a rejeição do que a intenção de votos. Entre os candidatos que se apresentam agora, o Alckmin é mais equilibrado, é o que oferece segurança ao eleitor brasileiro num momento de muita turbulência, oferece uma proposta segura, de uma pessoa equilibrada, experiente. Ninguém vai querer apostar numa aventura, num retrocesso, naquilo que fez muito mal para o país”, avalia Richa.

Mesmo que a candidatura de Alckmin ainda não tenha sido definida pelo PSDB, Richa já adiantou que apoia o governador paulista. “De qualquer forma eu sou soldado. Já disse isso a ele, já disse isso no partido. Qualquer missão que me derem eu cumpro com muita honra.”

Ajuste fiscal

Na entrevista, Richa defende as medidas de ajuste fiscal adotadas por seu governo. Segundo ele, apesar de terem colocado em risco seu capital político – especialmente no episódio da Batalha do Centro Cívico –,os sucessivos pacotes de austeridade garantiram a saúde fiscal do estado.

“O que aconteceu naqueles dias foi uma revolta contra o principal item do nosso ajuste fiscal – a mudança no regime de custeio da Previdência dos servidores estaduais. E a aprovação daquela reforma da Previdência foi o que garantiu o reajuste aos servidores no ano seguinte. No ano passado, o único estado que deu reajuste ao funcionalismo foi o Paraná - de 10.67%”, disse o governador.

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