André Richa, filho do ex-governador Beto Richa, foi ouvido pelo Gaeco nesta quinta-feira (13).| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

*Ao contrário do informado anteriormente, André Richa foi ouvido pelo Gaeco na condição de declarante e não como investigado.

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André Richa - um dos três filhos do ex-governador e candidato ao Senado Beto Richa (PSDB) - prestou depoimento nesta quinta-feira (13) ao Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) no âmbito da Operação Rádio Patrulha, que apura um esquema de corrupção no programa Patrulha do Campo. Beto e a mulher, a ex-secretária de Desenvolvimento Social Fernanda Richa, estão presos temporariamente desde a última terça-feira (11).

O filho do ex-governador chegou ao Gaeco por volta das 10h30. Ele deixou a sede do órgão pouco antes das 13 horas, após ter prestado depoimento aos promotores. André figura como sócio da empresa BFMAR, que, segundo as investigações, teria sido usada para lavar dinheiro desviado por meio do esquema de corrupção. BFMAR é um acrônico de Beto, Fernanda, Marcello (outro filho do ex-governador), André e Rodrigo Richa (terceiro filho do casal).

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Marcello Richa (PSDB), candidato a deputado estadual, também tem cotas de participação em duas empresas investigadas na Operação Rádio Patrulha. Na declaração de bens apresentada à Justiça Eleitoral, ele descreveu 30 mil ações do capital social da empresa BFMAR Participações S/A, 100 ações da Ocaporã Adm. de Bens S/A (empresa supostamente usada por Fernanda Richa para a troca de terrenos luxuosos) e ainda saldo credor em abril de 2018 junto à BFMAR. As ações somam R$ 30.100,00 e o saldo R$ 115 mil. Ele declarou R$ 1.580.419,81 ao Tribunal Regional Eleitoral.

O irmão de Beto, o ex-secretário de Infraestrutura Pepe Richa, também está preso e chegou à sede do Gaeco por volta das 15 horas desta quinta-feira para prestar depoimento.

Outro lado

A Gazeta do Povo tenta contato com a defesa de André e Marcello Richa. Ao portal G1, a defesa de Pepe Richa informou que só vai se manifestar nos autos.

A defesa do ex-governador Beto Richa informa que não houve razão para o procedimento de terça-feira, especialmente em período eleitoral, segundo a advogada Antônia Lélia Neves Sanches. Ela completa que Richa está sereno e sempre esteve à disposição para esclarecimentos. De acordo com a advogada, não há vedação de prisão por conta do período eleitoral, “mas há oportunismo”.

Já de acordo com a defesa de Fernanda Richa, a prisão dela é juridicamente insustentável “na medida em que a paciente, a todo tempo, dispôs-se a colaborar e colaborou com efetividade em todas as investigações promovidas pelo Ministério Público do Estado do Paraná, inclusive abrindo mão de seu sigilo bancário, como, por exemplo, observa-se recentemente na Operação Quadro Negro”. Fernanda também já apresentou ao Gaeco extratos bancários da Ocaporã Administradora de Bens Ltda., que teria sido usada para lavagem do dinheiro desviado dos cofres públicos.

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