Richa ao lado do secretário da Fazenda: Mauro Ricardo foi escalado para negar possível aumento de ICMS.| Foto: Alexandre Mazzo/Gazeta do Povo

Um dia depois de ser cobrado por empresários a respeito da polêmica proposta que altera alíquotas de ICMS para micro e pequenas empresas, o governador Beto Richa (PSDB) escalou o secretário da Fazenda para detalhar o projeto e tentar acalmar os ânimos do empresariado do Paraná. Em um vídeo compartilhado nas redes sociais, Mauro Ricardo Costa garantiu que não haverá aumento do imposto e defendeu que, ao contrário disso, o estado continuará tendo a menor carga tributária do país. Portanto, o Projeto de Lei 557/2017 seguirá tramitando na Assembleia Legislativa sem alterações no artigo que trata da medida.

CARREGANDO :)

VÍDEO: Veja aqui as explicações do secretário da Fazenda sobre o projeto que muda alíquotas do ICMS no Paraná

O texto enviado ao Legislativo prevê a adoção, a partir de 2018, das alíquotas de ICMS estabelecidas nacionalmente pelo Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte. Até o final deste ano, seguirão em vigor índices mais baixos, implementados em 2007 pelo ex-governador Roberto Requião (PMDB) no lugar daqueles vigentes pelo regime do Simples Nacional.

Publicidade

Como as alíquotas previstas na legislação federal são mais altas que as determinadas na Lei Estadual 15.562/2007, imediatamente surgiu um movimento contrário ao projeto de Richa. A bancada de oposição na Assembleia calculou que o aumento do ICMS poderia chegar à casa dos 250%, conforme a faixa de faturamento de cada empresa. Já a Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná (Faciap) atacou toda a política tributária do segundo mandato do tucano, ao falar em “ataques” do governo às micro e pequenas empresas. Até mesmo parlamentares aliados ao Palácio Iguaçu se mostraram reticentes à proposta.

Explicações

Diante disso, o secretário da Fazenda gravou um vídeo de cerca de quatro minutos rebatendo essas análises e tentando tranquilizar os empresários. Segundo ele, o modelo atual do Simples Nacional, que estabelece 20 faixas de tributação, inibe o crescimento de micro e pequenas empresas, na medida em que aumentos no faturamento automaticamente implicam na subida da alíquota. A partir de 2018, serão apenas seis faixas.

LEIA TAMBÉM: Decisão sobre reajuste dos servidores do Paraná está nas mãos do STF

Costa argumentou ainda que passará a haver porcentuais progressivos, pelo qual as empresas só serão tributadas na nova faixa em relação ao valor do faturamento que ultrapasse a faixa anterior – a exemplo do Imposto de Renda. E ressaltou que o projeto enviado à Assembleia amplia essa progressividade em nível local, ao estender a todas as empresas paranaenses enquadradas no Simples Nacional a isenção de ICMS até o limite de R$ 360 mil de lucro bruto anual.

“[Essa mudança aprovada pelo Congresso] obriga os estados e municípios a adequarem sua legislação à lei nacional, que é uma evolução muito grande. Por isso, gostaria de esclarecer a todos − políticos, população e empresários – sobre a necessidade de encaminhamento deste projeto de lei e a garantia de que aqui no Paraná as empresas do Simples pagam muito menos do que em outros estados e assim permanecerão”, disse no vídeo.

Publicidade

As explicações parecem ter convencido o setor empresarial do estado, a ponto de a Faciap retirar do ar nesta quinta-feira (5) a nota em que atacava a proposta de Richa. Os dirigentes da entidade, inclusive, têm um encontro marcado com o secretário da Fazenda na próxima segunda-feira (9).

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]