A sede da Copel, em Curitiba| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

Em comunicado ao mercado, a Companhia Paranaense de Energia (Copel) informou que, pela segunda vez consecutiva, não irá apresentar os seus resultados financeiros dentro do prazo legal estabelecido pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A divulgação do balanço fechado de 2017, que estava prevista para esta quarta-feira (28), foi adiada para 12 de abril.

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Pelas regras, as empresas de capital aberto (com ações negociadas na bolsa de valores) devem apresentar seus resultados financeiros anuais em até 90 dias após o término do exercício. No caso, para 2017, o encerramento foi em 31 de dezembro e o prazo máximo acaba em 31 de março desde ano.

A causa do adiamento, segundo a estatal, é a investigação de um investimento feito pela Usina Elétrica a Gás de Araucária (UEGA), que é controlada indiretamente pela Copel. O mesmo motivo já havia sido apontado pela companhia para postergar a divulgação dos resultados do terceiro trimestre do ano passado, quando foi reportado lucro líquido de R$ 389,3 milhões.

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O investimento “problemático” foi descrito pela estatal, em seu último balanço, como em um fundo multimercado, com saldo de R$ 157,1 milhões em 30 de setembro (queda em relação aos R$ 165,7 milhões apurados no final de 2016). A estatal instaurou uma comissão apurar o valor da aplicação, sua classificação contábil, “bem como a abrangência de eventuais impactos”.

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No comunicado que adiou a apresentação do balanço anual, a Copel disse que, embora os trabalhos da comissão prossigam, acredita que o impacto do investimento se restringe à UEGA, “porém com eventuais reflexos nas DFs [demonstrações financeiras] consolidadas. Não obstante, até a conclusão dos trabalhos, não se pode concluir sobre a necessidade de eventuais ajustes nas DFs”. O informe da estatal ao mercado é assinado pelo diretor de Finanças e de Relações com Investidores, Adriano Rudek de Moura.

Com o adiamento da divulgação do balanço, a realização da teleconferência sobre os resultados da empresa também foi adiada e agora ocorrerá em 17 de abril, às 10 horas (horário de Brasília).

Multa é irrisória

Pelo Ofício Circular 02/2018, da Superintendência de Relações com Empresas (SEP) da CVM, fica estabelecida uma multa diária de no máximo R$ 500 para o descumprimento do prazo legal para entrega de informações por parte das companhias. A sanção no entanto pode ser mais severa caso o atraso no envio de dados obrigatórios seja superior a três meses (com publicação na lista de emissores de ações inadimplentes) e doze meses (suspensão de ofício do registro de emissor de ações).

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