A vereadora segue exercendo o mandato na Câmara| Foto: Rodrigo Fonseca/CMC

O Ministério Público do Paraná (MPPR) ajuizou, em novembro, uma ação civil pública contra a vereadora Kátia Dittrich pela prática de atos de improbidade administrativa. Segundo o MPPR, a parlamentar e o marido, Marcos Withers – que também é alvo da ação – teriam ficado com parte do salário de assessores que trabalhavam na Câmara de Curitiba. A reportagem teve acesso aos autos do processo nesta quinta-feira (6). Kátia não foi encontrada para comentar as acusações.

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Pouco depois da abertura da ação, em 19 de novembro, o juiz Guilherme de Paula Rezende, da 4ª Vara da Fazenda Pública, deferiu uma medida cautelar de indisponibilidade de bens da vereadora e do marido, no valor de pouco mais de R$ 57 mil reais. A quantia corresponde ao montante que teria sido repassado pelos ex-assessores à parlamentar, de R$ 11 mil atualizados em R$ 14 mil, e também à multa civil que pode ser aplicada à vereadora caso ela seja condenada,de quase R$ 43 mil.

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De acordo com a inicial protocolada pela promotora Angela Calixto, o inquérito no MPPR começou depois que uma denúncia anônima foi apresentada ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Na representação, o denunciante afirmou que a vereadora, eleita com o nome de urna “Kátia dos Animais”, ficava com 15% do salário dos funcionários do gabinete. Ainda segundo a denúncia, os funcionários que não aceitavam participar do esquema eram exonerados – o que explicaria uma constante troca de cargos na assessoria da parlamentar.

A partir das investigações, a promotora afirma que a vereadora justificava os pagamentos classificando-os como uma “contribuição” para que ela se mantivesse no cargo e realizasse o trabalho de auxílio e proteção de animais.

De acordo com a lei eleitoral, caso seja condenada por improbidade administrativa, Katia pode ficar inelegível por oito anos.

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Cassação na Câmara

As acusações de que Katia teria ficado com parte do salário dos funcionários de seu gabinete não são novas. Em agosto do ano passado, seis ex-assessores apresentaram uma denúncia à presidência da Câmara relatando que a vereadora pedia valores que variavam entre R$ 1,5 mil e R$ 5 mil aos comissionados.

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As denúncias geraram a abertura de uma comissão processante na Casa, que votou pela cassação do mandato da vereadora. Nas duas tentativas de apreciar o parecer em plenário, entretanto, as sessões foram suspensas por decisões judiciais. A Câmara de Curitiba e o próprio MPPR recorreram da decisão, mas o impasse continua até hoje.

Além do processo interno na Casa, Katia também foi expulsa do partido a que pertencia, o Solidariedade. Apesar disso, ela segue exercendo o mandato na Câmara de Curitiba.

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Outro lado

A reportagem tentou contato com a vereadora e também pediu um posicionamento a funcionários do seu gabinete, mas não obteve retorno até o fechamento do texto.

À época das denúncias na Câmara, porém, Katia negou as acusações. Em entrevista à imprensa concedida em novembro, a parlamentar chorou e disse que havia sido vítima de um “complô”. Segundo ela, os comissionados que a acusaram foram demitidos “por incompetência”.

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