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 | Aniele Nascimento
Gazeta do Povo
| Foto: Aniele Nascimento Gazeta do Povo

O Ministério Público Federal (MPF) contesta o fato de o ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB), preso em Curitiba no âmbito da Operação Integração, ter sido levado para o Regimento da Polícia Montada Coronel Dulcídio, no bairro Tarumã, e não para uma das unidades prisionais onde estão os demais presos vinculados à Justiça Federal, como a Superintendência da Polícia Federal no Paraná, no bairro Santa Cândida, ou o Complexo Médico Penal de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. 

Investigado pelo MPF por crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa, o tucano foi preso preventivamente (sem prazo determinado), pela Polícia Federal, por volta das 7 horas da manhã de sexta-feira (25), em sua casa, no bairro Mossunguê. A prisão, pedida pelos procuradores da República, foi determinada pelo juiz federal Paulo Sergio Ribeiro, da 23ª Vara de Curitiba. Ainda na sexta-feira, Beto Richa foi levado para o Regimento da Polícia Montada Coronel Dulcídio, que é uma unidade da Polícia Militar.

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“O custodiado foi governador do Paraná por oito anos, tendo exercido poder hierárquico e disciplinar em face dos integrantes da Polícia Militar do Estado do Paraná. Ademais, o referido local, por não constituir unidade prisional, não possui os rigores de tais estabelecimentos quanto a controle de visitas e restrição de comunicação”, escreveu o MPF, ao juiz federal Paulo Sergio Ribeiro. 

Para os investigadores, o local da custódia “não se justifica” e “coloca em risco a efetividade da medida cautelar decretada”. “Sem os rigores necessário, o custodiado poderá continuar a se comunicar livremente, a orientar ações de turbação à coleta de provas”, apontaram os procuradores da República.

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Apesar da contestação do MPF, o magistrado não interferiu na questão. Em despacho assinado por volta das 19 horas de sexta-feira, Paulo Sergio Ribeiro argumentou que o MPF não apresentou elementos para corroborar as alegações de prejuízo à investigação e acrescentou que “não compete a este Juízo Federal deliberar acerca da alocação de presos, tendo em vista que a avaliação da conveniência administrativa recai sobre as autoridades responsáveis pela carceragem, observando-se os critérios de segurança e de acordo com a disponibilidade de vagas nos estabelecimentos prisionais”.

Procurada pela Gazeta do Povo, a Polícia Federal informou que não havia mais vagas na carceragem da Superintendência do Paraná e, por isso, “ele foi entregue no local em que foi oferecida a vaga pelo Estado”. A reportagem ainda aguarda um retorno da Polícia Militar. 

Em setembro do ano passado, quando Beto Richa foi preso no âmbito da Operação Rádio Patrulha, ligada à Justiça Estadual, o tucano foi levado para a mesma unidade da PM. Acabou liberado, quatro dias após a prisão, por determinação do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Também preso na sexta-feira, o contador da família Richa, Dirceu Pupo Ferreira, foi levado para a Casa de Custódia de Piraquara, na região metropolitana de Curitiba.

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