Fachada do IML no Tarumã.| Foto: Gerson Klaina/Tribuna do Paraná

A nova sede do Instituto Médico Legal (IML) de Curitiba, no bairro Tarumã, inaugurada nesta quinta-feira (15), terá o dobro de câmaras frias em relação a unidade antiga, no Centro, e equipamentos novos de R$ 10 milhões. O novo prédio tinha conclusão prevista para dezembro de 2014.

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A unidade foi inaugurada pelo governador Beto Richa (PSDB) e autoridades da segurança pública. Durante a cerimônia, a comissão de aprovados no concurso da Polícia Científica e o Sindicato dos Peritos Oficiais e Auxiliares do Paraná protestaram contra a falta de pessoal. Eles levaram um caixão preto, em alusão ao corpo do jovem que foi velado pela família na rua, em Colombo, em janeiro.

 
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A estrutura

De acordo com o governo, a nova estrutura abrigará laboratórios forenses, recepção humanizada para reconhecimento dos corpos e também a administração superior da Polícia Científica. Richa afirmou que o IML será “um dos melhores do mundo”. O estado investiu cerca de R$ 35,7 milhões na estrutura física e na aparelhagem. O prédio fica em uma área de 6,5 mil metros quadrados.

 

O novo IML de Curitiba é dividido em três andares e conta com laboratório de biologia, DNA, patologia, antropologia, toxicologia, salas de observatório e necropsia. Há ainda mais vagas de estacionamento, um auditório para 120 pessoas e o Museu de Ciências Forenses. O laboratório de DNA vai utilizar um novo robô e a seção de análises químicas contará com equipamentos infravermelho mais modernos. O Instituto de Criminalística permanecerá na sede da Visconde de Guarapuava, no Centro.

“Não tem nada igual, nada parecido na América Latina. Estou feliz de oferecer uma estrutura adequada, conforto, comodidade para familiares. O espaço é adequado para receber os corpos e, juntamente com a estrutura, cobrei mais agilidade da perícia no local da morte, agilidade no recolhimento dos corpos. Vamos oferecer um serviço de mais qualidade nessa área”, afirmou o governador antes da inauguração.

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O secretário de Segurança Pública e Administração Penitenciária do Paraná, Júlio Reis, afirmou que a unidade prioriza melhorar o atendimento para a população. “Vai melhorar a qualidade dos atendimentos. Nós atendemos muitas pessoas que fazem exames de lesões, corpo de delito, violência sexual. E também serão melhor atendidas àquelas que vêm fazer reconhecimento de corpo, que é um atendimento difícil”, completou.

O governador ainda anunciou nesta quinta (15) a inauguração do IML de Londrina no próximo dia 22. Quatro novas estruturas foram inauguradas na sua gestão: Curitiba, Londrina, Maringá e Toledo.

 

Protestos

Na semana passada, o governador anunciou a contratação de 28 profissionais para a Polícia Científica. Serão 21 novos agentes para as funções de médico legista, sendo 12 peritos criminais, dois auxiliares de perícia oficial e outros sete auxiliares de perícia. Outros sete passarão por exames médicos e deverão ser nomeados em breve, totalizando 28 funcionários.

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O diretor-geral da Polícia Científica, Hemerson Bertassoni, explicou que os profissionais vão auxiliar no trabalho da polícia em Curitiba, Ponta Grossa e Londrina.

Para Adriano Holama, presidente da comissão dos aprovados da Polícia Científica, os números são insuficientes. Segundo ele, os 28 novos integrantes representam uma evolução de 16% para 17,5% no quadro de efetivos da entidade. “Existe uma recomendação da ONU (Organização das Nações Unidas) de um perito para cada 5 mil habitantes, e no Paraná esse número é de um a cada 53 mil, uma das piores médias do país, gerando óbitos e velórios a céu aberto”, afirma.

Sem perito

Holama ainda afirmou que Foz do Iguaçu ficou os primeiros 15 dias desse mês sem um perito. “Todo o interior trabalha com ambiente deficitário. Foz do Iguaçu ficou sem perito nos primeiros 15 dias desse mês. A ordem era: em caso de óbito ou crime, o corpo deveria ser encaminhado para o IML direto. Não teve perícia, obtenção de provas, nada”.

Alexandre Brondani, presidente do sindicato dos Peritos Oficiais e Auxiliares do Paraná, disse que o governo rompeu uma promessa de nomear 54 peritos, não 28. “Ainda assim, mesmo esses 54 são insuficientes. É insuficiente até para repor os profissionais afastados por motivos diversos”, afirma.

“A questão de pessoal é preponderante para tocar a máquina da segurança pública. Houve aumento nas contratações em outras forças policiais, mas na perícia oficial ficou na casa de dezenas. Isso gera um desequilíbrio das forças. Há um funil. Hoje não temos condições de atender as ocorrências demandadas pela Justiça, pela Polícia Civil, pela sociedade”, completa.

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Brondani também citou o recente caso de Ponta Grossa, em que uma perita teve que se deslocar 600 km para atender uma ocorrência. “É humanamente impossível. A polícia tem que torcer para que não ocorram eventos simultâneos”.

O governador rebateu as informações e disse que a pasta de Segurança Pública está fazendo esforços, mas que precisa respeitar o limite prudencial. “Temos questões que nos impedem. Os gastos em pessoal são vinculados à receita. O estado está incrementado a receita e tem chamado mais servidores. É um grande investimento nosso”, afirmou.

Outro lado

A Gazeta do Povo procurou a Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária a respeito do caso de Foz do Iguaçu e ainda aguarda resposta.