Instituto Ambiental do Paraná é alvo de mais uma operação policial.| Foto: Jonathan Campos/Arquivo Gazeta do Povo

A chefia do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) em Cornélio Procópio, no Norte Pioneiro, foi alvo de uma operação policial, coordenada pelo Ministério Público, para cumprir mandados judiciais de busca e apreensão, na tentativa de reunir provas sobre supostas licenças ambientais concedidas irregularmente.

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Além do escritório do IAP, também foram realizadas buscas na casa da chefe regional, Maria das Graças Dias Midauar, suspeita de conceder ao menos 26 autorizações, de empreendimentos que totalizam R$ 50 milhões, em tempo recorde – algumas com menos de 20 minutos. Isso sem ter conhecimento técnico sobre o assunto, já que ela teria apenas o ensino médio completo, de acordo com a apuração.

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Suspeitas

No último mês, três regionais do IAP (Cornélio Procópio, Maringá e Jacarezinho) foram colocadas sob suspeita depois de que o Tribunal de Contas do Estado (TCE-PR) analisou os processos de licenças ambientais e determinou que o Instituto parasse de emitir autorizações sem que mais do que um servidor analisasse o caso.

O promotor Francisco Ilídio Lopes conta que a operação ganhou o nome de Revoada, em função de uma outra investigação que já está em curso no Ministério Público. Ele comenta ainda que, ao saber sobre a decisão do TCE-PR, reuniu uma série de suspeitas que pesavam sobre a gestão do escritório regional e conseguiu a autorização judicial para buscar os originais dos procedimentos.

Autos de emissões de licenças foram encontrados também na casa da chefe regional, que está no cargo há três anos. O promotor acrescenta ainda que dois servidores prestaram depoimentos e que a percepção preliminar, reforçada por funcionários, é de que o escritório regional funcionava em total desorganização. Segundo Lopes, a maior parte dos empreendimentos liberados por Maria das Graças eram loteamentos.

Procurado pela Gazeta do Povo, o IAP informou que atendeu a determinação do TCE-PR e que abriu sindicância para investigar os casos. A reportagem está buscando localizar a defesa de Maria das Graças, mas não obteve contato até o momento. O espaço segue aberto para manifestações.

Operações

Não é a primeira vez que o IAP é alvo de uma operação policial. Em 2015, o Ministério Público conseguiu autorização para fazer buscas e apreensões na casa do presidente do IAP, Luiz Tarcísio Mossato Pinto. A situação sobre emissões supostamente irregulares de licenças ambientais segue em investigação.

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No caso de Cornélio Procópio, outra operação policial está relacionada à investigação: a chefe regional teria sido indicada para o cargo pelo irmão, o empresário Paulo Midauar, envolvido nas operações Voldemort, sobre desvios na área de manutenção de veículos, e Publicano, sobre irregularidades praticadas por auditores da Receita Estadual.