Celas modulares instaladas no 11ª Distrito Policial, em Curitiba| Foto: Divulgação/Sesp

Até o fim de julho, o governo do Paraná vai ampliar maciçamente a implantação de shelters – celas modulares no estilo de contêiner – em presídios do estado, como forma de amenizar o déficit de vagas no sistema penitenciário. A previsão é de que sejam instalados 40 novos módulos, em cinco unidades prisionais, o que abriria espaço 480 presos. Atualmente, o estado tem um total de 11 shelters, instalados na Penitenciária Feminina do Paraná (PFP) e na Penitenciária Estadual de Piraquara I (PEP-I).

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As celas modulares devem ser instaladas em unidades prisionais de cinco cidades diferentes. A Casa de Custódia de Curitiba e a Cadeia Hildebrando de Souza, em Ponta Grossa, devem receber seis shelters, cada. Na Casa de Custódia de Londrina, está prevista a implantação de oito módulos. A Cadeia Pública de Cornélio Procópio e a Casa de Custódia de Maringá também terão celas-contêineres – dez unidades, em cada.

NO DETALHE: veja quantos shelters cada unidade prisional vai receber

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Longe de ser uma unanimidade, os shelters são alvo de uma série de críticas por parte de entidades ligadas à defesa dos direitos humanos e do Sindicato dos Agentes Penitenciários (Sindarspen). Na prática, essas celas correspondem a um contêiner de concreto, com 3 metros de largura por 5,90 metros de comprimento – espaço que deve conter 12 presos. Cada unidade contém um “boi” – sanitário sem acento –, uma pia e um chuveiro, e custa ao governo cerca de R$ 140 mil.

Apesar disso, a avaliação do Departamento Penitenciário do Estado (Depen) sobre os shelters é positiva. “O shelter oferece segurança e não há possibilidade de superlotação nessas estruturas. Isso facilita muita coisa. Mas é uma medida paliativa. O shelter tem que ser encarado desta forma, não como uma solução definitiva”, disse o diretor do órgão, delegado Francisco Caricati.

Os shelters começaram a ser implantados no ano passado, como medida paliativa, para compensar o atraso na entrega de novos presídios prometidos pelo governo e como forma de desafogar a superlotação das carceragens de delegacias. Emergencialmente, a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) instalou celas modulares no 11º Distrito Policial (DP), na Cidade Industrial de Curitiba.

Celas modulares instaladas no 11ª Distrito Policial, em Curitiba 

Atraso

Na semana passada, a Gazeta do Povo mostrou que das 14 construções ou ampliações de presídios anunciadas pelo governo do Paraná em 2011, só duas terão condições de ser entregues até o fim deste ano. As demais obras ficarão para o próximo governo. Sete desses projetos sequer foram licitados.

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“Todas essas unidades, quando concluídas, nos darão uma capacidade de giro maior, para que a gente possa resolver o problema dos presos em delegacias, que hoje são a nossa maior preocupação. Temos 1,8 mil condenados que deveriam estar nas penitenciárias, mas que estão em delegacias ou em cadeias públicas”, disse o secretário Especial de Administração Penitenciária, coronel Elio Manoel.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]