O reitor do Santuário Nacional Aparecida, padre João Batista de Almeida, pediu desculpas públicas por pedir que Nossa Senhora abençoe Lula em missa rezada no último domingo.| Foto: Divulgação/Santuário de Aparecida

A greve dos caminhoneiros chegou ao terceiro dia com estradas do país paradas, desabastecimento de produtos em muitas cidades e transtornos no deslocamentos em aeroportos e ônibus urbanos. Uma reunião convocado pelo governo com líderes do movimento grevista tentou achar uma solução para as reivindicações dos motoristas, mas não houve acordo.

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Com os olhos atentos aos desdobramentos e consequências da paralisação da categoria, motivada pela disparada no preço do diesel, alguns acontecimentos desta quarta-feira (23) acabaram em segundo plano. A Gazeta do Povo separou sete notícias que você pode ter perdido:

1) Moro manda prender ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares

Após ter recurso negado, o juiz Sergio Moro expediu na noite desta quarta-feira (23) um mandado de prisão contra o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares. À tarde, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) negou os embargos de declaração, última possibilidade recursal do petista. O relator, desembargador João Pedro Gebran Neto, determinou ao fim de seu voto “o início do cumprimento das penas”. Condenado no mensalão no PT, Delúbio já passou uma temporada preso – de novembro de 2013 a setembro de 2014, quando passou ao regime aberto.

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Conforme a acusação, no âmbito da Lava Jato, o pecuarista José Carlos Bumlai pegou um empréstimo de R$ 12 milhões no Banco Schahin, em 2004, dinheiro que seria destinado ao PT. É com base nessa ação que o ex-tesoureiro foi condenado por lavagem de dinheiro a 6 anos de reclusão, em regime inicialmente fechado. Também foram condenados nesta ação o economista Luiz Carlos Casante e os empresários Ronan Maria Pinto, Natalino Bertin e Enivaldo Quadrado.

2) Lula vai depor como testemunha de Sérgio Cabral

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai prestar depoimento no dia 5 de junho como testemunha da ação contra o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral no âmbito da Operação Unfair Play, que investiga compra de votos para a escolha da capital carioca como sede da Olimpíada de 2016.

O petista, preso desde 7 de abril na sede da Polícia Federal em Curitiba, será escoltado até a Justiça Federal do Paraná. O depoimento será por videoconferência.

A denúncia fala que Cabral, o ex-presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB) Arthur Nuzman e o diretor de operações e marketing do COB Leonardo Gryner solicitaram diretamente ao empresário Arthur Soares propina de US$ 2 milhões para os senegaleses Papa Diack e Lamine Diack. O valor garantiria votos para a candidatura do Rio de Janeiro.

3) TCU despeja do Porto de Santos empresa suspeita de pagar propina a Temer

O Tribunal de Contas da União determinou que o grupo Libra deixe o Porto de Santos até 16 de maio de 2020. A empresa é suspeita de pagar propina ao presidente Michel Temer. É o chamado inquérito dos portos, que apura recebimentos ilícitos em benefício de instituições do setor.

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A decisão dos ministros do TCU teve por base auditoria que considerou ilegal um aditivo contratual, que prorrogava três contratos da empresa para exploração dos terminais portuários até 2035. Ainda cabe recurso da decisão.

Enquanto isso, o Ministério dos Transportes deve apresentar, em 30 dias, um cronograma de providências para nova concorrência pública, afim de substituir o grupo Libra.

4) Bolsonaro é vaiado em evento de prefeitos

O pré-candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL) foi vaiado duas vezes ao participar de uma sabatina na Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, organizada pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM). O deputado minimizou as reações e disse que “faz parte”.

As vaias foram dadas em respostas a questões da pauta municipalista, como repasses de verbas à saúde, educação e saneamento básico. Bolsonaro propôs a extinção do Ministério das Cidades, segundo ele, “alco de cobiça e luta fratricida dentro do Parlamento”. Para ele, seria melhor que os repasses fossem feitos diretamente às prefeituras.

5) Azeredo se entrega à Polícia e vai cumprir pena em quartel da PM

O ex-governador mineiro Eduardo Azeredo (PSDB) se entregou à Polícia Civil de Minas Gerais nesta tarde. Com pedido acatado pelo juiz Luiz Carlos Rezende e Santos, da Vara de Execuções Penais de Belo Horizonte, Azeredo ficará em unidade da Polícia Militar, sem precisar usar uniforme prisional e com o uso de algemas proibido.

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No dia anterior, o Tribunal de Justiça de Minas negou o último recurso cabível na condenação do tucano a 20 anos e um mês de prisão no caso do mensalão tucano. Ele chegou a ser considerado foragido.

6) STJ nega revogar pedido de extradição de empresário Raul Schimidt

A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou habeas corpus com pedido de revogação de extradição do empresário luso-brasileiro Raul Schmidt Felippe Júnior. Ele é alvo da Lava Jato, acusado de pagamento de propina a ex-diretores da Petrobras.

A defesa alega que o pedido de extradição é ilegal porque o empresário obteve condição de português nato. Contudo, o relator no STJ, ministro Sérgio Kukina, entendeu que o pedido foi feito antes, quando o acusado se apresentava como português naturalizado.

Kukina afirmou que a Justiça de Portugal concluiu, em mais de uma oportunidade, que não haveria impedimento ao deferimento do pedido de extradição, uma vez que a aquisição do novo status somente se deu após o trânsito em julgado da decisão que deferiu o pedido de extradição.

7) Reitor de Aparecida se desculpa após missa para Lula

O reitor do Santuário Nacional Aparecida, padre João Batista de Almeida, pediu desculpas após celebrar uma missa pela libertação do ex-presidente Lula, no domingo (21), e ser chamado de comunista nas redes sociais.

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Durante a celebração da Eucaristia, o clérigo pediu para que “Nossa Senhora Aparecida o abençoe e lhe dê muitas forças para que se faça a verdadeira justiça, para que o quanto antes ele possa estar entre nós, construindo com o nosso povo um projeto de país, que semeie a justiça e a fraternidade”. Na plateia, manifestantes pró-Lula vestidos com camisas vermelhas da CUT e enrolados em bandeiras do PT.

O arrependimento foi expresso três dias depois, numa “nota de reparação”. “Manifesto meu pesar e peço perdão a todos que se sentiram ofendidos pela maneira como conduzi a celebração da missa das 14h”, diz o reitor do Santuário.