| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

O PT não é o único atingido pelo tiro de canhão dado por Antônio Palocci. O MDB também está na mira da delação premiada do ex-ministro dos governo Lula (Fazenda) e Dilma Rousseff (Casa Civil).

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No depoimento prestado sobre a corrupção nas obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, o partido do ex-presidente Michel Temer, MDB, aparece como sócio do partido de Lula e Dilma Rousseff, o PT. Meio a meio, diz o delator. Iniciado em 2010, o negócio de R$ 13 bilhões envolveu acerto de 1% de propina com empreiteiras. Os R$ 135 milhões seriam divididos entre políticos dos dois partidos.

O Termo 05 da delação premiada fechada com a Polícia Federal, em Curitiba, no âmbito da Operação Lava Jato, foi tornado público na última semana. Nele, Palocci incrimina Lula e Dilma em crimes que a força-tarefa investiga.

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No Termo 05 da delação homologada pelo Tribunal da Lava Jato (o TRF-4), Palocci e seus advogados “estão dispostos também a colaborar”

Investigação da Procuradoria-Geral da República (PGR) aberta no Supremo Tribunal Federal (STF) se concentra em propinas a políticos do MDB. Um dos alvos é o ex-ministro de Minas e Energia Edison Lobão.

Segundo o “Italiano” - codinome usado no setor de propinas da Odebrecht para identificar Palocci - membros do MDB enviavam a ele “cobranças específicas por pagamentos de vantagens atreladas à obra da Usina de Belo Monte”.

O dinheiro, pago pela Andrade Gutierrez, que liderava o consórcio que construiu a usina, teria servido para a disputa presidencial e a de governadores. “Os recursos demandados pelo PMDB não se destinavam somente à campanha nacional, mas também as campanhas estaduais.”

Segundo o delator, a propina - que ele chama de “apoio” nesse trecho - destinada ao “PMDB foi essencial para o êxito da campanha do PT”. Dilma foi eleita em 2010 tendo Michel Temer como vice.

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Palocci disse que Dilma sabia dos valores repassados ao MDB por empreiteiras pelo negócio de Belo Monte, a maior usina de energia dos governos do PT.

O delator afirma que “deu ciência a Dilma Rousseff dos vultosos pagamentos que a Andrade Gutierrez estava fazendo ao PMDB em razão da obra da UHE Belo Monte”. “A então candidata tomou ciência e efetivamente autorizou que se continuasse a agir daquela forma”, disse.

O delator narra que inicialmente Dilma orientou a não recolher recursos da Andrade para o PT, mas que isso mudou em 2012, durante a campanha municipal, na qual Fernando Haddad seria eleito prefeito de São Paulo por interferência e pressão de Lula.

Defesa

A reportagem entrou em contato com o MDB. O espaço está aberto para manifestação da legenda.