Solenidade de posse de Carlos Marun: críticas aos “privilegiados”.| Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

A reforma da Previdência foi o tema que tomou conta da posse do deputado Carlos Marun (PMDB-MS) na Secretaria de Governo, responsável pela articulação política do governo com o Congresso, nesta sexta-feira (15). O presidente Michel Temer (PMDB) e o novo ministro mostraram-se convictos da aprovação do texto. Temer, numa fala enfática, assegurou que a reforma será aprovada. E atacou os privilegiados que se aposentam antes dos 65 anos. Mas o próprio presidente está nessa lista. Ele se aposentou aos 55 anos.

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“Os mais pobres, hoje, não conseguem contribuir por 35 anos e, para completar esse tempo, são obrigados a completar 65 anos. Os mais privilegiados, sabem, se aposentam muito antes”, disse o presidente.

OPINIÃO: Qual é o erro mais demoralizante da reforma da Previdência?

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Pouco antes, Temer havia assegurado que as mudanças nas aposentadorias serão aprovadas. “Digo em alto e bom som: vamos aprovar a reforma da Previdência. Não tenho a menor dúvida disso. Peço a você, viu, Marun, que se dedique dia e noite, 18 horas se possível, 20 horas se possível pro dia [da votação]. Você tem energia física, argumentativa, intelectual e moral”.

Temer, ao se dirigir a Marun, fez uma citação a um trecho da canção “Disparada”, de autoria de Geraldo Vandré, um compositor com carreira vinculada a canções de protesto contra a ditadura militar. “Mas, viu Marun, prepare o seu coração para as coisas que eu vou contar”, disse Temer.

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Principal missão de Marun é aprovar a Previdência

Marun sabe que sua principal, senão única, missão no cargo é atuar mesmo para aprovar a reforma da Previdência. Em seu discurso, lembrou que ajudou a derrubar o governo de Dilma Rousseff, mas não citou sua antiga e muita próxima relação com o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, hoje preso no Paraná. Ele anunciou que não disputará a reeleição de deputado federal.

“O maior dos desafios é a reforma da Previdência. Assumo esta função consciente disso” , afirmou o novo ministro. “Serei e sou a partir deste momento um soldado sob o vosso comando”, disse Marun. “Vejo o senhor determinado neste momento ímpar a fazer aquilo que o Brasil precisa. Hoje abro mão da minha reeleição para estar ao seu lado, que é a personificação da possibilidade de se fazer política com honra e dignidade”, disse o agora ministro, durante cerimônia de posse no Salão Leste do Palácio do Planalto.

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PERFIL: Quem é o polêmico Carlos Marun, ex-aliado de Eduardo Cunha

Reforçando o discurso de que a reforma visa combater privilégios, Marun disse que com a sua aprovação a economia vai melhorar ainda mais e com isso 2018 pode ser um “ano histórico” de “espetacular crescimento”. “Que só é válido se trouxer felicidade ao povo brasileiro”, completou.

Marun disse ainda que aceitava o cargo por acreditar no governo Temer, agradeceu o seu antecessor Antonio Imbassahy (PSDB-BA) e seus colegas de parlamento. O ministro disse ainda que o Congresso Nacional decretou impeachment “de um governo que destruía o Brasil”. “Tenho orgulho presidente, sob seu comando já fizemos muitas coisas”, disse, ressaltando alguns dados da economia como juros e inflação em queda.