Ernesto Araújo: “A China defende, sem pedir desculpas, seu interesse nacional e sua identidade (...) – e todos fazem cada vez mais negócios com a China”| Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Em artigo publicado nesta segunda-feira (7) pela agência de notícias Bloomberg, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, mencionou a China como um exemplo para o Brasil, pois “defende, sem pedir desculpas, seu interesse nacional e sua identidade, suas ideias específicas sobre o mundo”.

CARREGANDO :)

“Você não faz bons negócios quando não há respeito. A China defende, sem pedir desculpas, seu interesse nacional e sua identidade, suas ideias específicas sobre o mundo, defende seu sistema – e todos fazem cada vez mais negócios com a China”, escreveu o chanceler. “Por que outros países devem ser obrigados a esposar certas ideias antes de serem considerados bons parceiros comerciais?”, questionou.

Leia também: Novo chanceler acumula duas vitórias e muitas dúvidas no início de sua gestão

Publicidade

A China havia sido criticada pelo presidente Jair Bolsonaro, a quem chamou de predador com interesse em “comprar o Brasil” e não “comprar no Brasil”, em referência à aquisição de terras brasileiras por chineses. Araújo também já havia se mostrado crítico ao país asiático em textos publicados em seu blog pessoal.

Na última quinta-feira (3), o presidente chinês, Xi Jinping, enviou uma carta ao presidente Bolsonaro na qual deu os parabéns pela posse e se mostrou disposto a aprofundar relações bilaterais de longo prazo entre os dois países.

Brasil será país que “fala com a própria voz”

No texto, o chanceler afirma que a política externa do Brasil está em processo de mudança, de um perfil que chamou de inerte e que recitava “a cartilha das Nações Unidas” durante os governos petistas, para uma postura em que o país passa a falar “com a própria voz”. Segundo ele, “um país que fala com sua própria voz em vez de dublar a de outros, será um parceiro muito melhor – no comércio ou em qualquer outra área”.

Saiba mais: Secretário de Estado dos EUA diz que seu país ficou “satisfeito” com oferta de Bolsonaro para que americanos tenham base militar no Brasil

Araújo também tratou de outros temas no artigo. “Queremos promover a liberdade de pensamento e de expressão em todo o mundo”, prometeu o chanceler. “A eleição de Bolsonaro no Brasil só foi possível porque as pessoas puderam trocar livremente suas ideias e expressar seus sentimentos, sem serem tolhidas pela camisa de força da mídia tradicional.”

Publicidade

O chanceler também defendeu ações mais duras contra Cuba e Venezuela, como forma de “promover a paz e a segurança em nossa região”. “Não se promove a paz e a segurança fingindo que elas não sofrem ameaças e que não há nada que se possa realmente fazer a respeito. É preciso enfrentar as ameaças, e a maior delas vem de regimes não democráticos que exportam o crime, a instabilidade e a opressão. Ditaduras como Venezuela e Cuba não desaparecerão pelo simples desejo de que sumam.”

Leia também: Brasil e outros 13 países da América não reconhecem eleição de Maduro

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]