Advogado de Lula mostra recibos entregues à Justiça.| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu ao juiz Sergio Moro que seja juntada uma perícia particular que comprovaria a veracidade dos recibos do pagamento de aluguel de um apartamento em São Bernardo do Campo.

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A perícia foi feita pelo especialista Celso Del Picchia em 31 recibos assinados por Glaucos da Costamarques e que dariam a quitação do pagamento de um apartamento vizinho a onde mora o ex-presidente e que teria sido alugado para funcionar como um local de reuniões e escritório de Lula.

O perito concluiu que as assinaturas são autênticas e afasta a hipótese de que os recibos tenham sido impressos e assinados em uma única oportunidade – cinco impressoras e sete arquivos diferentes teriam sido usados. Também é apontado que as assinaturas demonstram que Costamarques usou 14 canetas diferentes e estava em estados de saúde diferentes em cada ocasião.

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Para a Procuradoria Geral da República, o contrato de aluguel era fictício. O apartamento teria sido comprado pela Odebrecht usando Costamarques como “laranja”. Em depoimento, Costamarques disse que só começou a receber o aluguel em 2015, quatro anos depois de assinado o contrato de locação. Ele também afirmou que os recibos de aluguel foram todos assinados de uma vez, no fim de 2015, quando esteve internado em um hospital.

O advogado de Lula, Cristiano Zanin, entregou os recibos após o depoimento do ex-presidente Lula no processo que também apura a compra de um terreno onde seria instalado o Instituto Lula, quando o juiz Sergio Moro perguntou se não havia comprovantes do pagamento do aluguel. Os recibos passaram então a ser motivo de uma queda de braço entre a defesa de Lula e a PGR, que desconfia da veracidade dos documentos.

O tema deve voltar à pauta de Moro em uma nova audiência com Costamarques marcada para este mês. A perícia própria pedida pela defesa de Lula, tenta antecipar esse ponto do processo.

Ao mesmo tempo em que há a polêmica dos recibos, o processo aguarda perícias pedidas nos arquivos entregues pela Odebrecht e que seriam a prova do pagamento pelo terreno.