Uma passagem chamou a atenção na sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) que debate e julga a segunda denúncia contra o presidente Michel Temer, nesta quarta-feira (18). Numa vacância temporária de Nelson Marquezelli (PTB-SP), que presidia interinamente a comissão, o deputado Luiz Fernando Faria (PP-MG), titular do colegiado, foi chamado para conduzir os trabalhos. O que despertou a atenção é o fato de Faria estar envolvido na Lava Jato – ele foi denunciado pelo ex-procurador geral da República Rodrigo Janot por corrupção passiva qualificada.
Faria é acusado, junto com o colega de partido José Otávio Germano (PP-RS), de ter pago uma propina de R$ 200 mil ao ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa num hotel de luxo no Rio de Janeiro. Costa, em seu depoimento, disse não ter entendido a razão de ter recebido o dinheiro.
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“Não cobrei nada. Não pedi nada”, disse Costa em seu depoimento há dois anos.
Mais tarde soube-se que ele teria recebido por ter incluído a empresa Fildens, que seria ligada aos dois parlamentares, numa licitação da estatal.
“Eles devem ter recebido alguma comissão”, completou Costa, no depoimento.
Faria nega a acusação.
Num dos momentos em que estava presidindo a sessão que vai decidir se Temer deve ou não ser investigado pelo STF, Faria ouviu referências à Lava Jato, mas sem qualquer menção a ele. Quando fazia seu pronunciamento, o deputado Rubens Bueno (PPS-PR) citou a operação e encerrou com uma declaração do juiz Sérgio Moro.
“Os brasileiros têm direito de ter governantes e políticos honestos”, afirmou Bueno.
Nos 54 minutos em que permaneceu na presidência interina da CCJ, Faria tocou os trabalhos de forma protocolar. Apenas anunciava o parlamentar da vez a discursar.
Sobre a denúncia contra ele, o ex-procurador disse haver “provas suficientes de que, junto com José Otávio Germano, cooptaram Paulo Roberto Costa”.
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