| Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agencia Brasil

Único militar na disputa presidencial, o capitão da reserva e deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) criticou duramente o anúncio do governo de uma intervenção federal no Rio de Janeiro. Segundo colocado nas pesquisas eleitorais, Bolsonaro é uma espécie de porta-voz de parte dos militares na política e tem na segurança pública sua principal bandeira. Para o deputado, a decisão do governo é política e Temer usa as Forças Armadas para tentar melhorar sua popularidade.

CARREGANDO :)
Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]

“É um decreto político por parte do presidente Temer, que usa as Forças Armadas em causa própria”, disse Bolsonaro, que classificou a iniciativa como uma piada.

Publicidade

Bolsonaro disse ainda que intervenção mesmo Temer deveria fazer em seu governo.

LEIA MAIS: Quem é o general que vai comandar a intervenção federal no Rio de Janeiro

“A verdadeira intervenção tem que começar no governo Temer. E tirar a bandidagem que está do lado dele. Deviam sair todos de lá e descer para comer feijão com arroz.”

E complementou: “Um intervenção desse tipo sem uma causa de excludente de ilicitude (estado de necessidade) é piada” - afirmou.

LEIA MAIS: Governo fala em cessar decreto para poder votar reforma da Previdência

Publicidade

Um dos coordenadores da Bancada da Bala, o deputado Alberto Fraga (DEM-DF), que é coronel reformado da Polícia Militar, afirmou que os militares correm o risco de passar vergonha no Rio. Ele é contra o uso dos militares nessa função, mas disse que votará a favor do decreto de Michel Temer.

“Sou contra isso. O militar não foi treinado para essa missão, que é da Polícia Militar e Polícia Civil, que conhecem esses meandros. Militar é treinado para ficar lá, esperando uma guerra que nunca vem. Quero ver quando o primeiro soldado disparar um tiro de fuzil e atingir uma pessoa que não tem nada a ver com a história”, disse Fraga.

Rodrigo Maia elogia Bolsonaro

No encontro com jornalistas na manhã desta sexta, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), elogiou Bolsonaro. Disse que ele é um político que se reinventa, mas não acredita que ele estará no segundo turno da disputa presidencial.

“Eu elogio muito o Bolsonaro. Admiro sua capacidade de se reinventar na política e enxergar antes de todos muita coisa, como a atenção que ele deu as redes sociais. Olha os embates radicais que ele travou com o Jean Wyllys (deputado do PSOL) e Maria do Rosário (deputada do PT). Todos tratávamos como folclóricos. E vimos que virou um ator relevante na política nacional”, disse Maia, que seguiu na sua avaliação sobre o deputado do PSC.

“Outro ponto que o beneficia: o tema da segurança pública virou prioritário. Mas, na minha opinião, é que o discurso extremado acaba perdendo força. Ao longo do processo ele cresce e esvazia”, afirmou o presidente da Câmara.

Publicidade