| Foto: Evaristo Sá/AFP

A cada vez mais real possibilidade de prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já não é mais assunto proibido dentro do Partido dos Trabalhadores (PT). Os petistas e aliados de sempre, como movimentos sociais e populares, já discutem estratégias para o pós-prisão do principal líder da esquerda do país. Dentre elas, estão a divulgação maciça nas redes sociais de vídeos de apoio a Lula gravados por celebridades e um acampamento na frente do presídio para o qual ele for levado.

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Na reunião da bancada de deputados federais do partido realizada na semana que passou, o assunto foi tratado pelos parlamentares. Mas se evitou a entrada de assessores e os microfones do plenário da reunião foram desligados. O líder da legenda na Câmara, Paulo Pimenta (RS), comandou o encontro no qual os deputados discutiram abertamente o que fazer com eventual prisão de Lula nas próximas semanas. 

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Mobilização será mantida, mas orientação é para diminuir o tom agressivo contra a Justiça

A ordem e orientação é manter mesma mobilização dos dias que antecederam o julgamento do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4), que condenou Lula a 12 anos e 1 mês de cadeia. Está definido que será montado um acampamento na frente do apartamento de Lula em São Bernardo do Campo (SP).

O petista, até a decisão final do TRF-4 sobre os embargos de declaração (recurso da defesa), irá rodar o país e mobilizar militantes. Há uma recomendação para, se possível, diminuir o tom agressivo contra os tribunais. 

Outra linha de atuação é envolver o maior número de celebridades na "causa". Estimular produção de vídeos com depoimentos de atores e atrizes, cantores, escritores e de outros apoiadores famosos de Lula e divulgá-los maciçamente nas redes sociais. No local onde Lula estiver detido, a ideia é montar um acampamento permanente com militantes se revezando 24 horas por dia. 

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PT teme ser contaminado por desânimo se Lula for preso

Há muito receio entre os petistas sobre o impacto da prisão de Lula não só no resultado da eleição – a tendência é que ele não seja candidato. Mas também na atuação de parlamentares e no ânimo dos candidatos petistas a todos os cargos no país. 

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"Uma coisa é a gente imaginar o Lula preso, outra coisa é o Lula preso de fato. Como será o dia seguinte aqui no Congresso? Será que nós vamos absorver rápido assim e continuar no front com a mesma força? Ao menos nos primeiros dias, não. Nem nós e nenhum petista, ou simpatizante e eleitor de Lula, vai deixar de sentir o baque" , disse um deputado do PT que participou da reunião da bancada e pediu para não ser identificado. 

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Não há como medir qual será a influência real de Lula na sucessão presidencial se ele estiver preso. "Nós não sabemos como será isso? Todo mundo diz que Lula preso ou solto, candidato ou não candidato terá um peso significativo na campanha. E as alianças nos estados, em especial no Nordeste, são fechadas em função dele. E sem ele?", afirmou esse mesmo petista. 

Sem Lula, o partido teme perder o norte. Quem irá substituí-lo? Os dois nomes de seus supostos substitutos na corrida presidencial – o ex-ministro e ex-governador da Bahia Jacques Wagner e o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad – estão longe de ter a mesma estatura política de Lula dentro do PT e de sua representação popular. 

"Nos resta uma decisão de tribunal superior suspendendo sua prisão. Há, dentro do partido, quem prefira Lula preso, mas candidato. E quem prefira Lula solto, mas inelegível, com capacidade de articular aliança, circular com seu candidato país afora, gravar vídeos para petistas e aliados. Preso, só poderá tomar banho de sol", disse o parlamentar.

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