| Foto: Arquivo Pessoal/Arquivo Pessoal

Para receber o apresentador de TV Luciano Huck em seu quadro de filiados, o PPS já cogita uma mudança no nome da legenda e não descarta incorporar o Agora!, movimento político do qual o apresentador global faz parte. , segundo informações da Folha de S. Paulo. O partido parece estar fazendo de tudo para atrair o empresário, que pode disputar a Presidência da República no ano que vem, mas tem pouco a oferecer em troca. Se resolver mesmo deixar a Rede Globo para disputar a Presidência, o apresentador vai ter que abrir mão do Caldeirão do Huck – programa semanal que vai ao ar nas tardes de sábado, com duração de duas horas. O PPS, porém, tem apenas alguns segundos de propaganda em TV para oferecer em troca. A legenda tem apenas nove deputados em exercício na Câmara e, por isso, acaba recebendo também poucos recursos do Fundo Partidário.

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Nas últimas eleições presidenciais, o PPS tinha direito a apenas 16 segundos de propaganda no horário eleitoral gratuito em TV. O partido acabou se coligando com outras cinco legendas, formando a coligação Unidos Pelo Brasil, de Marina Silva (PSB), que tinha direito a dois minutos e três segundos de propaganda na TV. A coligação encabeçada pelo PSDB de Aécio Neves, Muda Brasil, tinha quatro minutos e trinta e cinco segundos na mesma eleição. Já a chapa formada em torno do PT de Dilma Rousseff (PT), que saiu vencedora nas urnas, tinha direito a 11 minutos e 24 segundos. As alianças de Aécio e Dilma tinham nove partidos cada.

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Além do pouco tempo de TV, o PPS também tem outra limitação: dinheiro. Neste ano, a legenda recebeu até agora R$ 9,8 milhões do Fundo Partidário, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O valor corresponde a 1,5% do total distribuído entre todos os partidos.

No início do mês passado, a Gazeta do Povo mostrou que o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC) também vai ter que driblar a falta de tempo de TV e de dinheiro em 2018, caso migre para o Patriotas. No caso de Huck, porém, essas condições podem não ser tão prejudiciais, segundo a análise do cientista político da PUC-PR, Mazimo Della Justina.

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“Em específico para o Luciano Huck, o tempo não é um empecilho, por dois fatores. O primeiro, ele já tem uma imagem consolidada na mente do brasileiro, ele já é conhecido. Ele começa bem , não precisa formar a imagem que os outros [candidatos] precisam. A segunda vantagem é que ele vai ser o candidato do consenso nacional”, avalia Justina.

Para Della Justina, Huck seria o consenso por se colocar longe dos extremos, representados pelos candidatos de esquerda, Lula (PT) e de direita, Bolsonaro (PSC). “Na mente do brasileiro médio, o Luciano Huck seria menos agressivo na sua postura. E ele tem uma vantagem de imagem na arrancada”, avalia o cientista político.

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O fator dinheiro também não prejudica o apresentador, segundo a avaliação do cientista político. Isso porque os recursos são usados para construir a imagem do candidato durante a campanha, o que no caso de Huck é desnecessário.

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“Se ele trabalhar de forma inteligente a imagem que ele já tem para canalizar o voto do eleitor, o tempo e fundo partidário são menos importantes, pelo menos no início”, avalia. “Se ele trabalhar bem a questão de que ele já tem uma imagem, é um comunicador, a imagem de uma pessoa que está mostrando uma vontade genuína de querer ajudar o Brasil nesse momento histórico, esse ganho para ele é absoluto”, completa.

Na avaliação do cientista político, há duas pedras no caminho de Huck durante uma eventual campanha, mas que podem ser trabalhadas e contornadas pelo apresentador: o fato de Huck não ter experiência política e uma possível acusação dos adversários de que ele seria apenas um oportunista ao se candidatar nesse momento histórico do país.

Decisão

Se quiser mesmo ser candidato em 2018, Luciano Huck terá que comunicar a Rede Globo até dezembro. Isso porque a emissora tem uma política interna que determina o afastamento de profissionais da casa que vierem a se lançar candidatos durante o ano eleitoral. O apresentador ainda não confirmou se pretende ou não seguir carreira política, e em aparições públicas tem dito que não é candidato a nada.

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Mesmo assim, Huck tem se reunido com partidos, lideranças e movimentos políticos e já estaria sondando alguns nomes para ser o vice da sua chapa, como o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung, que estaria de saída do PSDB.