| Foto: LEO CORREA/AFP

Gafes e confusões marcaram a sessão da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro nesta sexta-feira (17) que libertou os deputados presos na Operação Cadeia Velha. O deputado André Lazaroni (PMDB) foi protagonista de um momento de humor involuntário na tribuna. Ao discursar em defesa dos aliados, ele se atrapalhou e citou Bertoldo Brecha, personagem de Mário Tupinambá na “Escolinha do Professor Raimundo”, programa humorístico de Chico Anysio exibido pela TV Globo, que ficou conhecido pelo bordão “veeeenha”.

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A intenção do deputado era citar uma frase famosa do dramaturgo alemão Bertolt Brecht (1898-1956): “Ai do povo que precisa de heróis”. Ele foi corrigido pelo deputado Marcelo Freixo (PSOL). Lazaroni é secretário de Cultura do governo Luiz Fernando Pezão (PMDB). Ele se licenciou do cargo para votar a favor dos peemedebistas Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi, que deixaram a prisão após passarem uma noite na carceragem da Polícia Federal.

Mais cedo, as gargalhadas ecoaram na Comissão de Constituição e Justiça. Contrariando a expectativa geral, o deputado Rafael Picciani (PMDB), filho do presidente da Assembleia, defendeu que a votação fosse aberta. O deputado Chiquinho da Mangueira (Podemos) não escondeu a surpresa. “Aberta?”, perguntou. “É, aberta”, respondeu o caçula de Picciani, constrangido.

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No plenário, a sessão mais importante da história recente da Assembleia foi comandada por um ex-jurado do “Show de Calouros”. O deputado Wagner Montes (PRB), vice-presidente da Casa, ocupou o trono de Picciani. Ele ficou famoso na década de 1980 ao contracenar com Pedro de Lara, Sérgio Mallandro e Elke Maravilha no júri de Sílvio Santos.

Hoje comanda um programa policial na TV Record, no qual repete bordões como “Escracha!” e “Bandido bom é bandido morto”. Aliado do prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB), Montes votou a favor da prisão dos deputados do PMDB. Ele estava no Paraguai e voltou às pressas para a votação.

Tensão do lado de fora e calmaria dentro

Apesar do clima de tensão no lado de fora do Palácio Tiradentes, onde a PM atirou bombas de efeito moral contra manifestantes, a sessão foi relativamente calma. Houve um princípio de tumulto no plenário quando deputados da oposição reclamaram da segurança da Casa, que barrava a entrada de uma oficial de Justiça.

A funcionária foi liberada e entregou uma liminar que determinava a abertura das galerias. No entanto, os aliados de Picciani lotaram o local de assessores para não dar espaço a manifestantes.

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Mais tarde, deputados da oposição lamentaram o fato de Rafael Picciani ter se declarado impedido. Sem ele, o número de votos pela libertação dos presos ficou em 39, o que frustrou a piada pronta dos “40 ladrões”.